Líderes alcançam posição comum sobre o conflito no Médio Oriente "pela primeira vez", afirma Costa

CNN Portugal , ARC
22 mar, 16:45
António Costa no último Conselho Europeu (Lusa)

António Costa explica que a posição alcançada pela primeira vez no seio dos líderes europeus visa um “cessar-fogo sustentável”, que permita “a ajuda humanitária efetiva à população de Gaza"

O Conselho Europeu chegou, esta sexta-feira, a uma posição comum sobre o conflito no Médio Oriente pela primeira vez. Quem o diz é António Costa, o primeiro-ministro cessante que se despede de Bruxelas.

“Foi uma reunião muito inspiradora e que seguramente contribuiu para que pela primeira vez o Conselho tivesse conseguido adotar resoluções sobre a situação no Médio Oriente”, afirmou, em declarações aos jornalistas. Esta posição vinca, “sem obviamente deixar de reconhecer o direito de Israel ao exercício do direito de defesa, “a necessidade do respeito pelo direito internacional, o direito humanitário, pela necessidade de haver o mais urgentemente possível uma pausa”.

Tudo isto com vista a tornar possível um “cessar-fogo sustentável”, como explica António Costa, que permita “a ajuda humanitária efetiva à população de Gaza, que neste momento está a ser vítima desproporcionada do ataque por parte de Israel”.

Quanto à Ucrânia, o Conselho Europeu não só reafirmou “as medidas de apoio” como se procedeu à “análise das propostas apresentadas pela Comissão no final ainda desta semana sobre a utilização dos benefícios não contratualizados dos bens russos, que têm sido objeto das sanções”, conta, explicando que a Comissão Europeia “ficou de apresentar uma nova proposta relativamente aos mecanismos de financiamento na área da defesa, de forma a permitir acomodar o esforço de todos nesse sentido”.

Para António Costa, que faz o balanço do encontro, um “passo importante” foi também dado com o “acordo para a abertura de negociações com a Bósnia-Herzegovina” para a adesão à União Europeia, “um dos Estados dos Balcãs com queM ainda não se tinha dado este passo”.

A situação económica na Europa e a perspetiva para o desenvolvimento da mesma também esteve em cima da mesa da cimeira, com “um debate muito profundo com A presidente do Banco Central Europeu e do Eurogrupo”. “Foi transmitida uma análise bastante otimista sobre a evolução futura, quer quanto à redução da inflação, quer quanto ao crescimento da economia europeia, quer quanto à manutenção das situações do mercado de trabalho”, garantiu o primeiro-ministro demissionário.

Foi ainda definida como “clara prioridade” a “necessidade de reforçar a competitividade na Europa e para o efeito empresarial”, conta Costa, bem como “a importância de poder melhorar o investimento público e também a capacidade de investimento privado para aumentar a produtividade”.

Desta discussão resultou um compromisso em ultrapassar o que o primeiro-ministro diz ser um “prolongadíssimo impasse” e em “avançar” com o aprofundamento da União dos Mercados de Capitais, que pretende garantir o livre fluxo de investimento e aforro entre os Estados-membros. “É necessário trazer para um outro nível de debate este tema, de forma a ultrapassarmos as limitações próprias da discussão”, assegura.

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