"A Justiça sabe onde eu estou e tem o meu número quando quiser falar comigo. Eu não falo através da comunicação social": Costa responde à PGR

CNN Portugal , ARC
22 mar, 14:12

Lucília Gago reconheceu que o processo de António Costa pode passar para o DCIAP e admitiu não saber quando poderá haver desenvolvimentos. O primeiro-ministro cessante, embore breve nas palavras, já respondeu

António Costa reagiu esta sexta-feira às declarações da procuradora-geral da República, que disse que o processo autónomo que visa o primeiro-ministro demissionário no âmbito da Operação Influencer pode sair do Supremo e passar para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Em declarações em Bruxelas, onde se encontra para o último conselho europeu na qualidade de chefe de Governo, António Costa usou a comunicação social para dizer que não fala com a PGR através da comunicação social.

"Quando a Justiça quiser falar comigo, sabe onde eu estou, sabe qual é o meu número. Não falo com a Justiça através da comunicação social", disse, em Bruxelas, onde está para a sua última cimeira europeia. Ponto final, não tocou mais no assunto. Mas o recado ficou dado.

As palavras de Costa são uma resposta às declarações da PGR na quinta-feira, que assumiu que “é possível que o processo desça para o DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]”, à saída da conferência "A Justiça antes e depois do 25 de Abril", que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. 

Lucília Gago explicou que deixa de ser obrigatório que o processo que visa António Costa continue junto do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), com o cessar de funções do mesmo.

“Não faço ideia”, disse ainda a procuradora-geral, depois de questionada sobre quando poderá haver desenvolvimentos do processo que levou o primeiro-ministro a apresentar a demissão. 

António Costa está a ser investigado no âmbito da Operação Influencer, um processo associado ao projeto de construção de um Data Center da empresa Start Campus bem como à produção de energia a partir de hidrogénio em Sines. O Ministério Público abriu um inquérito ao primeiro-ministro junto do Supremo Tribunal de Justiça, levando-o a apresentar a demissão a 7 de novembro de 2023.

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