«Estivemos bem organizados», realça Fernando Santos

31 out 2000, 00:30

FC Porto - Alverca, 6-0 (reportagem) O técnico portista destacou a redução de espaços na defesa, «que permitiu sair melhor para o ataque». Jesualdo Ferreira ficou surpreendido com o desnível do resultado e abordou a inexperiência de alguns jogadores. Deco falou do bom momento físico da equipa.

Os dois técnicos assumiram, obviamente, posturas diferente no final do jogo. Apesar do resultado muito desnivelado, Fernando Santos não entrou em euforias e preferiu reforçar a ideia do espírito de grupo patenteado pela equipa; enquanto Jesualdo Ferreira apresentou-se bem disposto e tentando desvalorizar a derrota, através da juventude e alguma inexperiência de certos jogadores. 

Para o técnico portista, «foi um jogo bem conseguida, onde a equipa esteve bem organizada e teve sempre respeito pelo adversário. Ficou provado que se conseguirmos reduzir espaços na defesa, podemos lançar-nos melhor no ataque. Criámos bastantes desequilíbrios e fizemos com que não fosse fácil jogar contra o FC Porto». As dificuldades surgidas nos primeiros 30 minutos de jogo surgiram devido à postura do Alverca, que «tentou sempre o contra-ataque», porém «a equipa nunca permitiu essas veleidades». 

As explicações de Fernando Santos terminaram por aqui, com o treinador a refugiar-se em lugares comuns. «O que gostei mais foi de toda a equipa, pois cumpriram o que pedi ao longo dos 90 minutos»; o jogo com o Gil Vicente «é o mais difícil, porque é o próximo e temos de encará-lo com seriedade». Também a inclusão de Alenitchev ao lado de Deco, que resultou na saída de Chainho, ficou sem explicações: «Os jogadores individualmente não valem nada, mas sim o conjunto pelo seu todo». 

«Nem o FC Porto estava à espera» (Jesualdo Ferreira) 

O assombro de perder por 6-0 não levou técnico do Alverca a recorrer ao discurso do caos. «Não estava à espera deste resultado, se calhar nem o FC Porto», começou por referir, resumindo todo um sentimento. 

Para Jesualdo Ferreira houve «dez minutos que resolveram tudo». Quando José António se lesionou e recebeu assistência junto à linha lateral houve uma ligeira hesitação e o Alverca viu-se obrigado a jogar com apenas dez elementos. Curiosamente, foi nesse momento que os portistas chegaram à vantagem. Para além da desvantagem no marcador, o técnico teve que colocar em campo um estreante na I Liga, Pedro Neves, a defesa acusou as diferenças e foi batida pela inexperiência ¿ ainda por cima havia as ausências de Ricardo Carvalho, Hugo Costa e Ricardo Esteves. 

Ao intervalo, com o resultado em 3-0, surgiram duas opções: «Ou assumíamos uma postura positiva e tentávamos ter algum gosto pelo jogo, continuando a jogar como estávamos a jogar; ou enveredávamos por uma postura negativa, tentando não sofrer mais golos. Optámos pela primeira e penso que o espectáculo foi melhor». 

«Estamos muito bem fisicamente» (Deco) 

Aquela que tem sido uma das vozes mais activas do plantel portista, para o bem e para o mal, veio realçar o bom estado da equipa. Deco foi a grande figura do jogo, mas não recolheu os louros todos para si, preferindo destacar o facto da equipa estar «muito bem fisicamente». 

Já a pensar nos próximos encontros, assegura que «vai ser muito difícil, tal como ficou demonstrado na última jornada do campeonato passado, onde perdemos. Vamos lá com vontade de vencer e de manter a liderança, pois será importante para nos dar alento para o desafio da Taça UEFA, com os polacos. O Wisla é uma equipa difícil, por isso vamos ter de jogar mais do que jogámos lá para conseguirmos passar à próxima eliminatória». 

«Sou valorizado pelo bom momento da equipa» (Pena) 

O brasileiro Pena está a tornar-se num goleador de respeito e desta vez voltou a marcar por mais duas vezes. O avançado revela-se modesto nas palavras, ao contrário do que evidencia dentro de campo. 

«Graças a Deus que conseguimos fazer tantos golos, também porque tivemos a felicidade de aproveitar as oportunidades criadas», referiu sobre as incidências do encontro. No que diz respeito ao facto de ser o melhor marcador do campeonato, Pena assegurou que só pensa em «ajudar o FC Porto» e não em o artilheiro-mor, pois a equipa «não depende apenas de um só jogador». 

O excelente momento que a equipa está a atravessar permite, segundo o avançado, torná-lo um jogador mais notado, tanto a nível nacional, como internacional: «Estou a ser valorizado pelo facto da equipa estar em primeiro lugar».

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