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Peixe-porco e peixe-aranha à mesa dos portugueses

15 fev 2007, 17:46

Espécies poderão substituir mais tradicionais, como sardinha e carapau

O peixe-porco e o peixe-aranha são algumas das espécies que poderão substituir outras mais tradicionais, como a sardinha e o carapau, à mesa dos portugueses, defendeu um especialista que apelou à alteração dos hábitos de consumo, noticia a agência Lusa.

Carlos Sousa Reis, que participou esta quinta-feira num seminário sobre Pescas e Clima, defendeu que os portugueses vão ter de se adaptar às alterações nos recursos pesqueiros e avisou que é necessário modificar a legislação sobre pescas que considerou «demasiado restritiva».

«Porque não aproveitar o peixe-porco e o peixe-aranha, que aparecem cada vez mais na nossa costa», questionou o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, garantindo que as espécies são saborosas e consumidas noutros locais.

«Estes peixes abundam na nossa costa, é preciso introduzi-los no mercado», salientou.

Rejeitando uma «visão catastrofista» sobre o impacto das alterações climáticas nas pescas, Carlos Sousa Reis argumentou, no entanto, que «se exige grande adaptação dos agentes económicos e das autoridades».

A actividade de pesca enfrenta hoje diversas ameaças, como o aumento da população, poluição, introdução de espécies exóticas, destruição de habitats naturais ou sobreexploração dos recursos, mas também está sujeita à influência dos fenómenos climáticos.

O especialista, que participou nos projectos SIAM I e II (Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal), apresentou a evolução previsível de algumas das espécies mais importantes em termos económicos e de consumo nos próximos 100 anos.

A captura da sardinha, por exemplo, vai depender muito da distribuição geográfica: mais favorável na costa noroeste e menos no sudoeste e no Algarve.

Já no caso do polvo, o aumento da temperatura poderá promover maior abundância.

O carapau e a pescada, por outro lado, deverão ter tendencialmente uma evolução negativa, sobretudo nos peixes de menor comprimento.

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