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Nigéria: elite paga spa para engordar

23 jul 2007, 15:48
Parceria PortugalDiário/RCP

Numa sociedade onde a pobreza e a fome ditam a regra, ser obeso é ter poder

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Membros da elite nigeriana ignoram os riscos do excesso de peso para a saúde e pagam por spas cuja palavra de ordem é «engordar».

Até 2006, 60 por cento da população da Nigéria encontrava-se abaixo do limiar da pobreza, de acordo com dados da CIA World Factbook.

Numa sociedade em que grande parte da população sofre com fome, ser obeso significa ter status
social e poder.

«Quando alguém é gordo, tem uma cara saudável», disse à BBC
Happiness Edem, que optou por passar por um tratamento de engorda antes do seu casamento.

A pedido de seu marido, Morris Eyo Edem, Happiness frequentou uma das chamadas «câmaras de engorda» durante seis meses.

Sendo um príncipe da tribo Efik, Morris Edem diz que precisa de uma esposa especialmente gorda, e garante que uma «magricela» não lhe chamaria a atenção.

«As pessoas pensariam que não sou rico», justifica.

Se uma mulher não for gorda, não preenche os critérios do casamento.

Comer e dormir


O peso médio de uma mulher na Nigéria é de 60 quilos, mas Happiness tem bem mais do que o dobro.

Ao recordar a sua estada no spa, Happiness descreve a sua rotina: «Acordar, comer, dormir».

Happiness diz que mantém os resultados do «tratamento» a comer garri - uma papa de mandioca - e saladas feitas com ingredientes locais.

Mas o príncipe manda acrescentar à refeição da esposa arroz, feijão, carne e peixe.

«Para fazê-la ainda maior e manter a estrutura que um homem quer que sua mulher tenha», justifica.

Morris Edem torce o nariz aos riscos de doenças cardíacas, diabetes e outros problemas de saúde associados à obesidade.

«É tudo uma questão de cultura. A cultura aqui na nossa área permite que as mulheres frequentem os centros de engorda», diz. «Mas a cultura da Europa, da Ásia e da América não permite».

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