Estoril-V. Guimarães, 0-1 (crónica)

19 dez 2015, 22:48

Canarinhos não conseguiram derrubar muralha defensiva dos vimaranenses, que marcaram cedo por Otávio

O melhor elogio que se pode fazer à equipa de Sérgio Conceição é que aprendeu rápido. Depois dos quatro golos sofridos na derrota caseira com o Marítimo, há uma semana, a equipa minhota apresentou uma faceta pragmática no António Coimbra da Mota. Menos espetacular e com um poder de fogo quase inexistente, mas mais organizada com Cafú e Phete a funcionarem como tampão à zona de construção dos canarinhos pelo centro do terreno.

Bloco baixo, futebol light
… três pontos para o V. Guimarães. Há receitas mais belas? Haver até há, mas...

Convém dizer que esta receita teve sucesso (muito) graças a Otávio. Logo aos quatro minutos, o médio criativo aproveitou uma perda de bola de Diogo Amado, tirou dois adversários do caminho e disparou para o golo. Mérito para o jogador cedido pelo FC Porto ao V. Guimarães que soube aproveitar a enorme passividade da defesa estorilistas.

FILME E FICHA DE JOGO


Esta é a história de um jogo de sentido único, em que a equipa da Linha se viu obrigada a correr muito cedo atrás do prejuízo.  O Estoril teve mais bola, foi mais perigoso, mas a verdade é que raramente conseguiu arranjar soluções para desposicionar a equipa minhota.

Diga-se em boa verdade que terá sido um alívio para sector mais recuado dos vimaranenses ver Leo Bonatini a atuar como segundo ponta de lança, atrás de Dieguinho, mais de metade da primeira parte. O goleador brasileiro andava longe do seu habitat
(muitas vezes na primeira zona de construção) e Fabiano Soares fez inversão de marcha, mas com poucos efeitos práticos.

O domínio territorial do Estoril
na primeira parte resumiu-se a pouco mais do que um remate perigoso aos 33 minutos por Gerso, após ter sido lançado por Chaparro.
 
Na etapa complementar o Estoril conseguiu ser mais incómodo. Aqui impõe-se uma adenda. É que mais não significa muito. Chaparro quase desmontava a muralha defensiva do conjunto de Sérgio Conceição com uma peitaça aos 54 minutos. Valeu Miguel Silva que, com reflexos apuradíssimos, fez a defesa da noite.

A muralha da cidade berço mantinha-se inabalável.
Com a dupla Phete e Cafú ou com a dupla Cafú e Bruno Alves. Fabiano Soares tentava nova receita. A mesma dos primeiros 20 e tal minutos, em que teve Bonatini muito longe da área vimaranense. Lançou Luiz Phellype para o lugar de Dieguinho. E Leo voltou para trás. O público do António Coimbra da Mota não percebeu aquilo que entendia ser nova heresia do comandante e começavam a escutar-se vozes de insatisfação, cada vez mais audíveis com o aproximar do apito final.

Dizer que o V. Guimarães (que acabou o jogo reduzido a dez por expulsão de João Afonso já perto dos descontos) mereceu sair do António Coimbra da Mota com os três pontos não é a melhor síntese para o que se passou durante os 90 minutos. Até porque a equipa da casa sai no jogo com razões de queixa da arbitragem de Bruno Paixão, que perdoou duas grandes penalidades ao V. Guimarães, ambas por mãos na bola de Dalbeth e Xande.

Mas o V. Guimarães cresceu numa semana, rectificou erros e impôs a primeira derrota da época ao Estoril na sua fortaleza. Há 83 dias que os canarinhos não sabem o que é ganhar para o campeonato.

Saber defender bem também é uma virtude.

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