Canarinhos não conseguiram derrubar muralha defensiva dos vimaranenses, que marcaram cedo por Otávio
O melhor elogio que se pode fazer à equipa de Sérgio Conceição é que aprendeu rápido. Depois dos quatro golos sofridos na derrota caseira com o Marítimo, há uma semana, a equipa minhota apresentou uma faceta pragmática no António Coimbra da Mota. Menos espetacular e com um poder de fogo quase inexistente, mas mais organizada com Cafú e Phete a funcionarem como tampão à zona de construção dos canarinhos pelo centro do terreno.Bloco baixo, futebol light
Convém dizer que esta receita teve sucesso (muito) graças a Otávio. Logo aos quatro minutos, o médio criativo aproveitou uma perda de bola de Diogo Amado, tirou dois adversários do caminho e disparou para o golo. Mérito para o jogador cedido pelo FC Porto ao V. Guimarães que soube aproveitar a enorme passividade da defesa estorilistas.
FILME E FICHA DE JOGO
Esta é a história de um jogo de sentido único, em que a equipa da Linha se viu obrigada a correr muito cedo atrás do prejuízo. O Estoril teve mais bola, foi mais perigoso, mas a verdade é que raramente conseguiu arranjar soluções para desposicionar a equipa minhota.
Diga-se em boa verdade que terá sido um alívio para sector mais recuado dos vimaranenses ver Leo Bonatini a atuar como segundo ponta de lança, atrás de Dieguinho, mais de metade da primeira parte. O goleador brasileiro andava longe do seu habitat
O domínio territorial do Estoril
Na etapa complementar o Estoril conseguiu ser mais incómodo. Aqui impõe-se uma adenda. É que mais não significa muito. Chaparro quase desmontava a muralha defensiva do conjunto de Sérgio Conceição com uma peitaça aos 54 minutos. Valeu Miguel Silva que, com reflexos apuradíssimos, fez a defesa da noite.
A muralha da cidade berço mantinha-se inabalável.
Dizer que o V. Guimarães (que acabou o jogo reduzido a dez por expulsão de João Afonso já perto dos descontos) mereceu sair do António Coimbra da Mota com os três pontos não é a melhor síntese para o que se passou durante os 90 minutos. Até porque a equipa da casa sai no jogo com razões de queixa da arbitragem de Bruno Paixão, que perdoou duas grandes penalidades ao V. Guimarães, ambas por mãos na bola de Dalbeth e Xande.
Mas o V. Guimarães cresceu numa semana, rectificou erros e impôs a primeira derrota da época ao Estoril na sua fortaleza. Há 83 dias que os canarinhos não sabem o que é ganhar para o campeonato.
Saber defender bem também é uma virtude.