Jovens tailandeses pedem fim dos cortes de cabelo humilhantes nas escolas

CNN Portugal , MJC
17 fev 2023, 18:34
Jovens tailandeses (AP)

Um professor foi acusado de cortar o cabelo a pelo menos 100 alunos depois de, no mês passado, o governo ter relaxados os regulamentos sobre os penteados dos jovens

Ativistas na Tailândia pediram orientação e fiscalização mais claras para impedir a imposição de determinados cortes de cabelo, considerados humilhantes pelos alunos.

Durante décadas, os estudantes na Tailândia tiveram de cumprir regras restritas em relação ao comprimento e estilo de seus penteados. No mês passado, no entanto, em resposta aos crescentes protestos dos jovens, o Ministério da Educação revogou os regulamentos sobre o cabelo, dizendo que as escolas poderiam definir os seus próprios regulamentos. 

Os jovens ativistas respondem que isso é muito vago e que provavelmente não trará mudanças. “Isso dá total liberdade às escolas e as escolas podem fazer qualquer coisa sem consequências”, disse Laponpat Wangpaisit, conhecido como Min, que fundou o grupo Bad Student, que faz campanha por reformas no sistema escolar.

Na semana passada, o grupo foi contactado por alunos de uma escola na província de Phetchabun, no centro-norte da Tailândia, que partilharam imagens que pareciam mostrar um professor a cortar o cabelo dos alunos enquanto eles se sentavam em fila, alegadamente por não cumprirem as regras sobre os penteados. Imagens supostamente tiradas após o incidente, mostrando grandes tufos de cabelo espalhados pelo chão, foram amplamente partilhadas nas redes sociais.

A ministra da Educação, Treenuch Thienthong, descreveu tais ações como inapropriadas, mas, por outro lado, disse que entendia que o professor era bem-intencionado ao querer disciplinar os alunos. O caso está a ser investigado. 

O grupo Bad Students recebe reclamações relacionadas com três ou quatro escolas, por semana, em que os professores cortam o cabelo dos alunos, disse Laponant ao jornal The Guardian. O pico de denúncias ocorre no início do mês e início dos semestres, quando os professores costumam fazer vistorias.

Nos últimos anos, os alunos têm cada vez mais feito campanha contra essas regras, que consideram um símbolo de um sistema escolar de influência militar e que valoriza a obediência em vez da individualidade.

As regras sobre os cortes de cabelo foram originalmente impostas pelos militares na década de 1970 e, durante décadas, os alunos do sexo masculino foram instruídos a manter penteados de estilo militar, enquanto as alunas não podiam usar cabelos mais longos do que os lóbulos das orelhas. As regras foram relaxadas em 2020, embora os alunos do sexo masculino não pudessem usar o cabelo além da base do pescoço, e permanentes, tinturas, bigodes ou barbas permaneceram proibidos.

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