TP: Feirense-Académica, 0-0, 4-5 g.p. (crónica)

19 nov 2016, 18:53
Feirense-Académica (Lusa)

Sonho Real nos penáltis: Briosa em frente na taça

Briosos estudantes, conhecedores da rara arte dos penáltis bem marcados, eliminaram o Feirense no desempate por castigos máximos e seguiram em frente na Taça de Portugal. Prémio justo para a equipa que foi capaz de ter mais tempo de controlo sobre o jogo.

João Real, o experiente defesa central, teve o privilégio de apontar o quinto e decisivo castigo máximo, num jogo em que os detalhes a separar os dois conjuntos foram, na verdade, mínimos.

A segunda metade da I Liga e a primeira da II Liga tocaram-se, aliás, em Santa Maria da Feira. Diferenças entre o Feirense e a Académica de Coimbra? Na filosofia, sim, enormes; na qualidade objetiva, mínima, talvez nula.

A jogar em casa e com a responsabilidade de pertencer a um escalão superior, o Feirense raras vezes foi dono e senhor da partida. A ideia de José Mota não passa por controlar a bola, muito menos por jogar em bloco alto e pressionante, e a Académica aproveitou esses dados para estar mais confortável durante largos períodos.

O Feirense-Académica AO MINUTO

Num jogo pobre do ponto de vista estilístico, sobra a análise entre a tal diferença de mentalidade – falta dizer que a Académica é uma equipa de ataque organizado e posse – e a nobre atitude de todos os intervenientes: exemplar.

Além do bloqueio de Peçanha no primeiro minuto e do livre cuidadosamente executado por Tiago Silva, o primeiro tempo foi um ecoar de combate físico e um ranger de bravura, essencialmente em zonas inócuas do relvado.

Sobre a segunda parte já há mais para contar. Culpa da subida de produção da Briosa.

Com Kaká (interessante este médio formado no São Paulo) a arriscar o pontapé em várias situações e Marinho a ficar a centímetros da vitória no derradeiro lance do tempo regulamentar, a Académica partir para o prolongamento com boas sensações.

Tudo resolvido pelo pé direito de João Real

Nos estudantes merece destaque o bom trabalho do veterano capitão Nuno Piloto, bem como o pulmão de Nii Plange e Makonda, laterais atrevidos; no Feirense, o senhor do costume, Tiago Silva, coloria aqui e ali um futebol formatado e muitas vezes previsível.

José Mota só viu a sua equipa a ser, de facto, melhor na primeira parte do prolongamento. Peter Etebo atirou ao poste de José Costa, mas foi a Académica, numa transição rápida de Ernest, a ter Marinho na cara do golo. E a decidir mal.

Nas grandes penalidades, porém, a Académica foi perfeita e transformou em golo os cinco remates. Ícaro, capitão do Feirense, foi o único a falhar. Pena pesada para o central fogaceiro.

FICHA DE JOGO:

Estádio Marcolino de Castro, Santa Maria da Feira
Cerca de 1200 espetadores
Árbitro: Artur Soares Dias

FEIRENSE: Peçanha; Barge (Peter Etebo, 62), Ícaro, Luís Rocha e Vitor Bruno (Fabinho, 105); Luís Aurélio, Dias e Tiago Silva; Hervé Tchami (Platiny, 52), Karamanos e Jean Sony.

Suplentes não utilizados: Vaná (GR), Luís Machado, Cris e Paulo Monteiro
Treinador: José Mota

ACADÉMICA: José Costa; Nii Plange, João Real, Diogo Coelho e Makonda; Jimmy (Tom, 101), Nuno Piloto e Kaká (Ernest, 85); Marinho, Tozé Marreco (Rui Miguel, 90) e Traquina.

Suplentes: João Gomes (GR), Nuno Santos, Ki e Yuri
Treinador: Costinha

Cartões amarelos: Ícaro (49), Tiago Silva (70), Dias (76), Jean Sony (106), Peter Etebo (107), Tom (112)
Nas grandes penalidades: Fabinho, Tiago Silva, Etebo e Platiny marcaram para o Feirense (Ícaro falhou); Rui Miguel, Traquina, Plange, Tom e João Real marcaram para a Académica.

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