Mais de metade dos portugueses concorda com a mobilização excecional de jovens para a NATO por causa da guerra

6 mai 2022, 20:05
Militares da primeira força nacional destacada para a Roménia. Foto: José Sena Goulão/Lusa

Os dados constam de uma sondagem da Pitagórica para a TVI e CNN Portugal. A maior parte dos inquiridos afirmou também que se voluntariava para defender Portugal caso o país fosse atacado. E há uma quase unanimidade em torno de Zelensky: 90% veem-no com um "exemplo de coragem"

55% dos inquiridos numa sondagem da Pitagórica para a TVI e CNN Portugal concorda ou concorda totalmente com a mobilização excecional dos jovens portugueses para a NATO. A percentagem é ligeiramente maior num cenário em que Portugal fosse invadido: nessa situação, 60% dizem ser muito provável ou provável oferecerem-se para defender o país.

Um dos argumentos russos para a invasão é a pressão crescente por parte da NATO. A aliança militar tem avançado lentamente para leste e, no ano passado, chegou a reconhecer oficialmente a Ucrânia como aspirante a membro. Ainda não tinham passado duas semanas desde o início da guerra quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse ter perdido a esperança na adesão à aliança militar.

A maior parte dos portugueses concorda, no entanto, com a entrada da Ucrânia na NATO.

Mas qual deve ser o papel da NATO na guerra? Apenas 19% afirmam que a aliança transatlântica deve combater ao lado da Ucrânia contra a Rússia. A maior parte aceita o envio de equipamento militar, mas não uma participação direta no conflito.

Já no que diz respeito à União Europeia, a concordância com a adesão à União Europeia é ainda mais alta: 74% concorda ou concorda totalmente.

Zelensky como "exemplo de coragem"

A guerra trouxe um protagonismo global para Volodymyr Zelensky. O presidente ucraniano tornou-se no rosto da resistência ucraniana e já discursou em parlamentos de todo o mundo, incluindo em Portugal. Muitos deles cederam o púlpito pela primeira vez a um chefe de governo estrangeiro.

Também entre os portugueses, Zelensky se tornou popular. 90% dos inquiridos veem o líder ucraniano como "exemplo de coragem", 63% reconhecem-no mesmo como herói e 59% concordam que poderá ser mesmo um exemplo para os políticos portugueses.

Mas ninguém arrisca num vencedor: 56% acreditam que ninguém vai ganhar a guerra. E, entre a Ucrânia e a Rússia, o número dos que acreditam na vitória de um ou de outro não é muito diferente.

As opiniões também se dividem quanto à duração do conflito 42% estimam que demore pelo menos mais seis meses ou mais de um ano, 40% apontam para menos de seis meses.

Ficha Técnica

Sondagem realizada pela Pitagórica para A TVI e CNN Portugal, com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com a atualidade nacional e internacional. O trabalho de campo decorreu entre os dias 07 e 24 de abril de 2022 , foram recolhidas 625 entrevistas telefónicas a que corresponde uma margem de erro máxima de +/- 4,0% para um nível de confiança de 95,5%.

A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores Portugueses recenseados e foi de responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.

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