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«Não foi a igreja que impôs Fátima, foi Fátima que se impôs à Igreja»

Redação , FC
11 mai 2010, 11:45

Papa cita Cardeal Cerejeira e invoca o centenário da República

O Papa Bento XVI já está em Portugal
e cumpriu o primeiro acto público, com um discurso virado para a esperança, efectuado na placa do Aeroporto de Figo Maduro.

«Não foi a igreja que impôs Fátima, foi Fátima que se impôs à Igreja», disse, citando o Cardeal Cerejeira, depois de ter lembrado que visita Portugal pela primeira vez no ano em que o país celebra o centenário da República.

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«A visita que agora inicio sob o signo da esperança pretende ser uma proposta de sabedoria e de visão. De uma visão sábia sobre a vida e sobre o mundo que deriva o ordenamento justo da sociedade», frisou, acrescentando:

«Não se trata de um confronto ético entre um sistema laico e um sistema religioso, mas uma questão de sentido à qual se entrega a própria liberdade. O que divide é o valor da problemática do sentido e a sua implicação na vida pública».

Liberdade religiosa


Bento XVI sublinhou a importância da liberdade religiosa: «A viragem republicana, operada há cem anos, abriu na distinção entre a Igreja e o Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja». E não se esqueceu das Concordatas de 1940 e 2004, afirmando que «a Igreja está aberta a colaborar com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida».

«Só agora me foi possível aceder aos amáveis convites do senhor Presidente e dos meus irmãos bispos para visitar esta amada e antiga Nação, que comemora no corrente ano um século da proclamação da República», disse o Papa, após agradecer o acolhimento recebido no aeroporto de Figo Maduro.

«Venho como peregrino de Nossa Senhora de Fátima, investido pelo alto na missão de confirmar os meus irmãos que avançam na sua peregrinação a caminho do céu», acrescentou.

«Que depois, há 93 anos, o céu se abrisse precisamente sobre Portugal - como uma janela de esperança que Deus abre quando o homem lhe fecha a porta, para reatar, no seio da família humana, os laços da solidariedade fraterna assente no mútuo reconhecimento de um só e mesmo Pai, trata-se de um amoroso desígnio de Deus; não dependeu do papa nem de qualquer outra autoridade eclesial: 'Não foi a Igreja que impôs Fátima - diria o cardeal Manuel Cerejeira, de venerada memória -, mas Fátima que se impôs à Igreja'», disse ainda Bento XVI.

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