Zidane coloca Portugal e Argentina no topo do Mundo

23 abr 2001, 19:24

«Estrela» francesa não admite nova derrota As memórias do Euro-2000, lá como cá, dominam as declarações dos jogadores franceses antes do embate de quarta-feira. Pires fala em «duelo de artistas», com Figo e Zidane como cabeças de cartaz. Quanto a Thuram, avisa: «temos de ser mais agressivos do que com a Espanha».

Confiança e respeito. É um misto destes dois sentimentos que caracteriza a atitude dos jogadores franceses antes do jogo de quarta-feira, frente a Portugal. Lá como cá, o fantasma da meia-final de Bruxelas condiciona as análises. Mas a recente derrota com a Espanha faz com que os comandados de Lemerre façam ponto de honra em garantir um resultado positivo diante de uma das melhores selecções da actualidade.  

É o próprio Zidane quem o admite, em declarações ao site da Federação Francesa (www.fff.fr): «A par da Argentina, Portugal é uma das melhores selecções mundiais. Mas não admitimos a hipótese de uma nova derrota. Frente à Espanha, tal como a nossa selecção, eu estava um pouco fatigado. Mas não estamos a dormir sobre os nossos louros, e por isso precisamos de um resultado positivo na quarta-feira» refere a estrela dos franceses.  

Rejeitando a imagem de um duelo directo com Figo, com quem reparte, para a maioria dos observadores, o título de melhor jogador mundial, Zidane não esconde a satisfação quando revê o filme do jogo de Bruxelas, em Junho passado: «A meia final do Euro 2000 é uma das melhores recordações da minha carreira. Quanto mais o tempo passava melhor eu me sentia no relvado. É uma sensação rara num terreno de futebol. Mas de qualquer maneira não concordo com os que falam num jogo Figo-Zidane, vão estar duas equipas frente a frente». 

Já o lateral-esquerdo Lizarazu admite que o duelo entre as duas figuras de referências nas respectivas selecções será um aspecto marcante. Mas em estilos diferentes: «Acho que o jogo de Figo e Zidane não é comparável: Figo é mais individualista, é mais fácil compará-lo a Giggs, por exemplo. Zinedine é alguém que faz jogar os companheiros. Seja como for, são dois elementos cheios de talento e bons finalizadores. Estão actualmente entre os quatro ou cinco melhores do Mundo», refere o jogador do Bayern. 

Youri Djorkaeff, que voltou recentemente a brilhar com a camisola do Kaiserslautern, após uma prolongada lesão, põe fim a uma ausência de sete meses da selecção nacional e não esconde a expectativa de um bom espectáculo: «Teremos um grande ambiente, tanto mais que há uma numerosa colónia portuguesa em Paris. Portugal tem uma superequipa, diante da qual todos os jogos são muito equilibrados. Será seguramente um jogo tão difícil como o que fizemos com a Espanha há um mês, em Valência». 

Robert Pires, o criativo do Arsenal filho de pai português, guarda uma imagem forte do jogo de Bruxelas. Mas relativiza a reacção intempestiva dos portugueses, admitindo que, se o filme fosse ao contrário, os franceses teriam comportamento semelhante: «Lembro-me bem da meia-final do Euro, Figo já tinha atirado a camisola ao chão antes de Zidane marcar o penalty. Eles já estavam desmobilizados nessa altura, e foi um fim de jogo agitado e nervoso. Mas os franceses teriam por certo a mesma atitude em circunstâncias inversas. Figo contra Zidane, será um duelo de artistas: o Bola de Ouro contra o melhor jogador do Mundo. Espero que Zizou e a França saiam novamente vitoriosos». 

Quanto ao lateral-direito Thuram, companheiro de Sérgio Conceição no Parma, prefere destacar a qualidade técnica dos comandados de António Oliveira: «Portugal sempre teve equipas tecnicistas, com grandes individualidades. O jogo do Europeu foi decidido por muito pouco, com as duas equipas a protagonizarem um belo espectáculo. O jogo será especialmente difícil porque o nosso adversário vai querer apagar a derrota de Bruxelas. Teremos de ser mais agressivos do que contra a Espanha».

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