«Voltar à selecção é sinal de que está tudo ultrapassado», diz Hélder

9 nov 2000, 14:35

Defesa central regressa após três anos de ausência Lembra-se bem da última vez que foi à selecção, em Outubro de 1997. Hoje, Hélder soube que vai voltar e recebeu a notícia como a confirmação de que o seu longo calvário acabou.

Hélder soube hoje, no regresso do jogo em Hamburgo para a Liga dos Campeões, que tinha sido chamado de novo à selecção nacional, após quase três anos de ausência. Para o jogador do Corunha, que passou por um longo processo de operações e recaídas, é a confirmação de que está tudo bem outra vez. 

«É uma alegria enorme. Passei por uma fase muito difícil, voltar à selecção é sinal de que está tudo ultrapassado», disse Hélder ao Maisfutebol, contando que só soube da notícia hoje, quando ligou o telemóvel, à chegada da Alemanha, onde o Corunha garantiu o primeiro lugar no Grupo E da Liga dos Campeões. 

«A última vez foi no estádio da Luz...» 

O defesa-central português não era chamado à selecção nacional há mais de três anos, mas ainda se lembra da última vez: «Creio que foi no estádio da Luz, com a Irlanda...» 

É verdade, foi frente à Irlanda do Norte, a 11 de Outubro de 1997, numa vitória por 1-0 e no estádio onde Hélder jogou tantas vezes pelo Benfica. Desde aí, o jogador passou pela pior fase da sua carreira. Um problema grave no joelho manteve-o muito tempo parado e levou o próprio Hélder a duvidar que alguma vez regressasse aos melhores tempos. 

«Essas coisas pensam-se, mas agarramo-nos às pequenas coisas para nos dar ânimo», diz Hélder, que não consegue isolar o período mais difícil, em todo esse calvário. «As fase mais difíceis eram as recaídas. Uma operação, uma recaída, mais uma operação. Começa-se a duvidar de tudo e de todos.» 

«Mas tive o apoio da minha mulher, dos médicos, as coisas foram-se tornando mais fáceis, começámos a acreditar que as coisas podiam melhorar», prossegue. Assim foi. «Graças a Deus nunca mais tive problemas físicos.» 

No meio desse processo, Hélder foi cedido ao Newcastle, por empréstimo, e foi no clube inglês, orientado por Bobby Robson, que foi voltando a jogar. No final da época, o Corunha quis que voltasse e Hélder tem-se afirmado na equipa galega: «Tenho jogado, tenho entrado na equipa, está tudo a correr bem.» 

Durante três anos, Hélder viu de fora os jogos da selecção, incluindo o Euro-2000s. Mas diz que nunca os conseguiu encarar como simples adepto. «Vê-se sempre como mais um elemento da selecção», conta. Com vontade de entrar lá para dentro? «Um bocado...», ri-se, antes de voltar a falar como jogador da selecção: «A equipa esteve muito bem. Fizémos um bom Europeu e senti-me um bocado frustrado pela maneira como saímos.»

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