Vitória de Portugal pela fresquinha

15 ago 2000, 20:15

Selecção de sub-21 venceu equipa olímpica de Marrocos Só no minuto final Cândido Costa quebrou o torpor de um jogo em que a selecção portuguesa de sub-21 nunca conseguiu impôr o seu jogo, frente à equipa olímpica de Marrocos. O calor também não ajudou. Ainda assim, Portugal lança-se para a campanha do Euro-2002 com uma vitória.

A selecção de Sub-21 de Portugal venceu esta tarde a equipa olímpica de Marrocos (1-0), com um golo mesmo no final. Foi só pela fresquinha que a partida, que á selecção portuguesa serviu de preparação para a campanha do Euro-2002, animou. Até aí, o jogo foi pouco fluido. Portugal mostrava-se incapaz de superar uma equipa marroquina agressiva, incapaz de fazer valer o seu jogo. 

Até que Cândido Costa, entrado ao intevalo, quebrou o enguiço. O jogador do F.C. Porto recebeu um passe de Hugo Leal, subiu pela esquerda e encheu o pé, num remate a vingar a impotência que a equipa portuguesa tinha sentido ao longo de toda a partida. 

Portugal começou a tentar fazer um jogo alegre, à base da circulação de bola, da mobilidade e da capacidade de entendimento entre futebolistas que jogam juntos há muito. Mas cedo se percebeu que não ia resultar. A criatividade depressa esbarrou no sólido e povoado meio-campo da selecção marroquina, que jogava com três defesas-centrais e cinco médios. 

O jogo tornou-se pouco fluido. Portugal tentou responder, Pedro Mendes juntou-se a Ednilson e Hugo Leal no trabalho de meio-campo, mas as tentativas de flanquear jogo, através de Paulo Costa e de um Luís Filipe em dia não, poucas vezes resultaram. 

Portugal podia ter-se adiantado logo nos primeiros minutos, num cabeceamento de Tonel. Mais tarde, quando a selecção portuguesa ainda conseguia chegar rapidamente lá à frente, Ricardo Esteves teve uma boa oportunidade, num remate forte, que o guarda-redes Jarmouni defendeu. 

A partir daí a selecção marroquina organizou-se, e o jogo passou a jogar-se a meio-campo, muito faltoso, intermitente. Os jogadores portugueses quase nunca chegaram à área, o ponta-de-lança João Paulo quase nunca tocou na bola. Luís Filipe teve uma boa jogada, aos 33 m, mas quando chegou à área deixou-se desarmar por um adversário. 

Cinco alterações para a segunda parte 

Depois do intervalo Agostinho Oliveira procurou responder às necessidades do jogo. Pôs três jogadores no centro da defesa - Vasco Faísca juntou-se a Caneira e Tonel, dois laterais mais adiantados, Ricardo Esteves e Alhandra, e Miguel e Cândido nos flancos, a procurar apoiar Paulo Costa, no centro. 

Pouco mudou nessa altura. Os jogadores portugueses deixaram-se enrolar no ritmo quebrado do jogo, até porque o calor também não convidava a muita actividade. A segunda alteração na equipa - a saída de Paulo Costa, para dar lugar a que Cândido e Miguel jogassem mais ao meio - também demorou a dar frutos. 

Foi só nos últimos minutos que os portugueses se decidiram, definitivamente, a quebrar o torpor em que caiu o jogo. Com Hugo Leal nos comandos, as coisas ganharam nova dinâmica, quase sempre a partir dos pés do actual jogador do Atlético de Madrid, em combinação com Cândido. 

Aos 86 m, após uma excelente jogada entre ambos, Hugo Leal caíu na área. Mas a dupla insistiu. E, depois de Tonel se ter atrapalhado com a bola mesmo à boca da baliza, Cândido conseguiu finalmente o golo. 

Ficha do jogo 

Estádio Vila Amália, em Sesimbra

Árbitro: José Pratas

Portugal - Sérgio Leite (Márcio Santos, 46 m); Ricardo Esteves (Paulo Teixeira, 74 m), Caneira «cap.», Tonel, Fredy (Alhandra, 46 m); Hugo Leal, Ednilson, Pedro Mendes (Vasco Faísca, 46 m); Luís Filipe (Miguel, 46 m), Paulo Costa (Paulo Ferreira, 66 m) e João Paulo (Cândido Costa, 46 m).

Treinador: Agostinho Oliveira

Marrocos - Jarmouni (Bagui, 84 m), Romani (Kacimi, 46 m), Kharbouch, Chbouki, Safri «cap», Aboub, El Assas, Oulmers (Termina, 80 m), Bem Kouar (Nater, 46 m), Khattari e Moubarki (Ouchela, 70 m).

Treinador: Said Elkhider.

Disciplina: Cartão amarelo a Tonel (17 m), Safri (20 m), Bem Kouar (39 m), Aboub (55 m e 68 m) e Alhandra (61 m).

Marcadores: Cândido Costa (89 m).

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