Portugal - Israel, 2-1 (destaques)

15 nov 2000, 23:45

Figo tornou-se lugar comum Numa altura em que foi incluído na lista de nomeações para melhor jogador do mundo, o virtuoso Figo voltou a ser essencial. Só (!) marcou o primeiro golo e converteu o livre que originou o segundo tento, apontado por Jorge Costa. Rui Costa voltou a ser mágico, Delfim esteve seguro na estreia e João Pinto mexeu com o ataque. Bercoviz foi o jogador em destaque na Selecção de Israel.

Figo

Acaba por ser um lugar comum falar neste nome. É como se fosse uma frase feita, que anda de boca em boca. Vulgarizou-se a referência de Figo como o melhor jogador nacional e, muito pessoalmente, do mundo. A qualidade não se esbate em fintas ou posicionamento no terreno, mas principalmente na generosidade que emprega ao jogo e à equipa. Invariavelmente, o valiosíssimo pé direito assume importância essencial no esquema táctico da Selecção e permite-se amansar a bola por cada centímetro do terreno. O jogo passa por ele muito mais vezes do que por Rui Costa, apesar de ser imprescindível conjugá-los. Hoje voltou a ser essencial, actuando na esquerda. As fintas de corpo habituais, a perna a passar rapidamente por cima da bola e defesas sentados, abismados. Ainda por cima, foi ele que marcou o primeiro golo e converteu o livre que originou o segundo de Portugal. Por tudo o que é dentro de campo, e só por isso, Figo merece o título de melhor em campo e melhor do mundo. 

Rui Costa

O rendilhado das suas fintas está mais seguro, resultado da segurança e maturidade que transpira. O lugar que ocupa a meio do terreno é de fulcral importância, dado que muitas das jogadas de ataque têm de passar por si para chegarem aos flancos ou directamente a Pauleta. O bom momento que atravessa em Florença permite-lhe sonhar com uma equipa com maior expressão, talvez ao nível da Selecção portuguesa (mas em clubes), utilizando a comparação indirecta dos índices de qualidade existentes na equipa nacional. Hoje não fez qualquer assistência para golo, mas esteve na génese de todas as jogadas de maior perigo e Portugal. 

Delfim

António Oliveira teve o arrojo de colocá-lo de início, quando nunca tinha representado a equipa principal. Delfim não teve medo, como é característica marcante do seu carácter, e efectuou uma exibição segura e sem erros. À semelhança do quem tem feito no Sporting, o «trinco» aproveitou o castigo de Paulo Bento para ganhar espaço e evidenciar competência inegável. Este é um dado importante para o futuro da equipa nacional, sabendo-se que a maior parte dos melhores jogadores caminha para uma idade inviável para aguentar o ritmo da alta-competição. A aposta de António Oliveira em jovens como Delfim, Fernando Meira e João Tomás justifica, plenamente, o risco de deixar de fora alguns seleccionáveis como Pedro Barbosa, Dani, Litos ou Rui Bento. Mas não se pode esquecer que, em condições normais, ainda tem de haver espaço para Paulo Sousa, Sá Pinto, Beto, Abel Xavier, Paulo Bento e Nuno Gomes. 

João Pinto

Ficou de fora da equipa titular, mas não se deixou abalar. Quando entrou para o lugar de Bino, ainda na primeira parte, a Selecção acusava dificuldades em furar a defesa israelita e o empate era penoso. João Pinto posicionou-se onde gosta mais de estar, ou seja, atrás do ponta-de-lança. Incómodo quanto baste, o avançado irritou os defesas adversários e manteve o ataque português em constante movimentação. Os excessos que o levaram a perder algumas bolas são desculpáveis pelo toque subtil que deu na área, permitindo isolar Jorge Costa para o golo da vitória. 

Bercoviz

Um dos poucos israelitas a jogar no estrangeiro, pelo menos dos que estavam presentes no 1º de Maio ¿ Revivo, que está a jogar no Fernebache, foi a grande ausência -, foi uma agradável surpresa. O médio distribuidor actua no Celtic de Glasgow, depois de ter passado pelo West Ham, e é um elemento imprescindível no jogo de Israel. As jogadas de perigo, que foram várias, surgiam invariavelmente da sua criação, rasgando perigoso contra-ataques para os avançados Benayoun e Mizrahi. A entrega constante ao encontro foi quebrada por uma lesão a poucos minutos do fim, que o afastou de poder festejar em campo o único golo da sua Selecção.

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