«Nunca perdemos o sentido do colectivo», elogia António Oliveira

3 set 2000, 18:48

Estónia-Portugal, 1-3 (reportagem) A quebra da Selecção portuguesa nos últimos vinte minutos ficou a dever-se a dificuldades físicas inerentes à fase prematura da época, justifica o seleccionador nacional. No entanto, e apesar de, nessa altura, ter havido alguma insistência em lances individuais, Oliveira destaca que nunca houve egoísmo.

António Oliveira, seleccionador nacional, reconheceu que nos últimos vinte minutos de jogo Portugal sentiu algumas dificuldades diante da Estónia, devido a uma quebra física notória. «Já sabíamos o que nos esperava, era natural que sentíssemos algumas dificuldades físicas nesta altura da época. Quando a condição física não é a melhor a tendência é para apostar nos lances individuais, mas apesar disso não houve egoísmo e nunca perdemos o sentido do colectivo», elogiou. 

Apesar da resposta da Estónia nos últimos minutos, Oliveira gostou da exibição portuguesa e lembrou que o fundamental foi conseguido com a vitória por 3-1. «Era importante ganhar e ficar na liderança do grupo. Se calhar podíamos ter construído outro resultado mas também podíamos ter sofrido mais golos», lembrou. 

«Formando um bloco forte e colocando em acção a nossa técnica superior conseguimos construir um resultado que nos deu alguma tranquilidade. Nos últimos minutos as nossas dificuldades físicas fizeram-se sentir e a Estónia esteve muito melhor, mas a nossa vitória é justa, não merece contestação», resumiu o treinador português. 

António Oliveira, repetindo várias vezes que a quebra dos últimos minutos se prendeu com dificuldades físicas, por se estar numa fase inicial da época, admitiu também que «o terceiro golo trouxe algum deslumbramento» à equipa portuguesa. «Caímos em alguns lances individuais que não nos trouxeram qualquer benefício, mas de uma maneira geral soubemos ser pacientes e jogar com inteligência.» 

O treinador português deu os parabéns ao seleccionador da Estónia «pela boa exibição e pelos problemas que criou» a Portugal e deixou votos que a equipa báltica faça «muitos pontos até ao último jogo», em Outubro de 2001, precisamente em Portugal. 

O empate de ontem entre Holanda e República da Irlanda permitiu a Portugal liderar o grupo 2 de qualificação para o Campeonato do Mundo, juntamente com Chipre (que ontem venceu Andorra). No entanto, esse resultado confirma que haverá três equipas a discutir o primeiro lugar (apuramento directo) e o segundo (que implica a disputa de uma eliminatória extra). 

«São contas que não queremos e que pessoalmente não gosto de fazer. Encaramos os jogos sem favoritismos antecipados mas com a consciência de que temos capacidade para poder vencer qualquer adversário, recorrendo à nossa mobilidade e destreza», destacou António Oliveira, que lembrou que Portugal depende apenas de si. «Com a mesma coerência e inteligência vamos tentar segurar o primeiro lugar, provavelmente com uma condição física melhor que a actual.» 

«Se tudo tivesse sido perfeito podíamos ter empatado», diz seleccionador estónio 

Tarmo Ruutli, seleccionador da Estónia, mostrou-se satisfeito com o comportamento dos seus jogadores. «Não tenho razões de queixa. Podíamos ter marcado mais golos, embora não pense que pudéssemos vencer Portugal. Mas se calhar o empate estava ao nosso alcance... Se tudo tivesse sido perfeito podíamos ter empatado o jogo», admitiu, reconhecendo também que os primeiros e os últimos 15 minutos do encontro foram os melhores da sua Selecção. 

«Antes do jogo ainda pensei em jogar em 4x5x1, mas concluí que o nível actual dos nossos jogadores já nos permite actuar em 4x4x2. Jogámos abertos», reconheceu Tarmo Ruutli. «Foi só o começo, temos muitos jogos para pontuar, que é o que pretendemos.»

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