Caçador e diplomata com a Roménia

15 jun 2000, 20:40

Treinador-adjunto de Portugal elogia adversário Rui Caçador, o treinador-adjunto de Portugal, esteve no centro da polémica antes do jogo com a Inglaterra. Agora, o discurso é outro na selecção portuguesa. Respeito, muito respeito pela Roménia. Na equipa, parecem confirmar-se as recuperações de Paulo Sousa e Abel Xavier, que poderão forçar mexidas na equipa

«Qualquer equipa que nos ataque por palavras, pondo em causa a qualidade e classe dos nossos jogadores, terá resposta à altura. A Roménia nunca o fez, foi sempre correcta, por isso...». Foi assim que Rui Caçador explicou o sentido de uma conferência de imprensa recheada de comentários simpáticos e diplomáticos em relação à qualidade dos romenos.  

Contraste absoluto com a guerra verbal desencadeada com os ingleses, uma medida destinada também a «travar uma certa euforia, que só terá razão de ser quando nos qualificarmos». Dando o exemplo do sucedido com a Bélgica, «que entrou em euforia depois do primeiro jogo e agora teve de redefinir as expectativas», Caçador salientou que «quem facilita frente à Roménia não ganha. Por isso, temos de encarar esse jogo como se fosse a final do Europeu». Uma responsabilidade que não impede o duplo objectivo: «Só queremos ganhar, de preferência jogando bem». 

O anúncio feito pelos romenos de que Figo será alvo de marcação especial foi acolhido com relativa indiferença pelo número 2 de Humberto Coelho: «Registamos essa informação, mas nada mais. Temos de ser fiéis a nós próprios, até porque a Roménia já recorreu a estratégias especiais das outras vezes qe nos defrontou».  

Afirmando que a equipa também está preparada para defrontar um esquema de três centrais (foi assim que a Roménia jogou com a Alemanha), Rui Caçador desvalorizou essa hipótese: «Eles não costumam jogar assim com selecções latinas, fazem-no apenas com equipas que apresentam dois pontas-de-lança», recordou. 

Quanto à veterania romena, Caçador recordou que «a Alemanha foi campeã da Europa em 1996 com uma equipa francamente veterana» e acentuou que «os problemas físicos provocados pelo desgaste muscular não costumam aparecer no segundo jogo, mas sim no terceiro ou no quarto».  

Mudanças com o regresso de Sá Pinto e Paulo Sousa? 

Quanto a Portugal, nenhuma dúvida: a estratégia-base será a mesma. Resta saber se as recuperações de Sá Pinto e, principalmente, Paulo Sousa («está totalmente reintegrado nos trabalhos») não vão implicar que a mesma estratégia tenha alguns intérpretes diferentes.  

A concluir, Rui Caçador referiu que o facto de Portugal ter dado a volta a uma desvantagem de dois golos, algo que não sucedia desde 1966, «é um dado muito positivo. Virar resultados tem sempre significado, ainda para mais diante da Inglaterra, num encontro com esta responsabilidade. 34 anos sem o conseguirmos foi tempo demais. É tempo de acabarmos com os fatalismos, percebermos que os jogos têm sempre 90 minutos e acreditarmos cada vez mais firmemente nas nossas capacidades».

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