Destaques do Portugal-Inglaterra Rui Costa, Figo, João Pinto, Nuno Gomes, os criativos portugueses estiveram em grande plano. E conseguiram golos geniais.
Rui Costa
Na véspera, Zidane havia feito uma brilhante demonstração do que vale um número 10 em forma numa equipa que sabe pensar o jogo. A sua resposta foi espantosa: foi claramente o jogador português de rendimento mais contínuo, aquele que primeiro percebeu o que havia a fazer para ganhar aos ingleses. Tudo o que fez foi bem feito: precioso o cruzamento para o segundo golo, telepático o lançamento para Nuno Gomes fazer o terceiro. Dizer que pensa com os pés é, no seu caso, um elogio precioso.
Figo
Fiel aos grandes encontros, como os campeões sabem sê-lo, correspondeu às expectativas com uma exibição decisiva. O fantástico golo que marcou aos 21 minutos foi o ponto de viragem no jogo. E, se é verdade que nem sempre levou vantagem nos lances de um para um, a quantidade de vezes em que conseguiu desequilibrar a estrutura defensiva inglesa remetem esse facto para o caixote do lixo da história.
João Pinto
Confirmou toda a sua apetência para brilhar na selecção. Tinha prometido que os acontecimentos recentes em nada infuenciariam a sua prestação no Europeu. Parece impossível, mas cumpriu a promessa. Um jogo cheio, intensamente competitivo, pontuado por um grande golo, dois falhanços exasperantes e muito trabalho defensivo.
Nuno Gomes
Marcou o primeiro golo pela Selecção, conseguiu mais dois anulados por fora-de-jogo e provou que também tem estofo para aparecer ao mais alto nível. Muito bem a aproveitar o passe de Rui Costa para o 3-2: recepção difícil, frieza diante do guarda-redes, eis o ganha-pão de um ponta-de-lança digno desse nome.
Paulo Bento e Vidigal
As chaves do jogo em termos defensivos. Todos os problemas iniciais de Portugal passaram pela sua zona de acção (veja-se a forma como Scholes entrou desacompanhado para o 0-1), em especial pela facilidade com que o meio-campo inglês recuperava as segundas bolas vindas dos avançados. Assim que acertaram esse aspecto, o jogo virou. E Paulo Bento embalou mesmo para uma segunda parte empolgante.
Temia-se problemas com os adeptos ingleses, mas o jogo foi um exemplo de desportivismo. Em campo não houve qualquer problema, nas bancadas seguiu-se o exemplo. O gesto de Vidigal, que na segunda parte atirou a bola para fora para que McManaman pudesse ser assistido, foi aplaudido por todo o Estádio. E até as declarações no final do encontro, especialmente as de Keegan, o treinador derrotado, contribuíram para uma nota de fair-play muito bem vinda, ainda para mais por ser inesperada.