Costa aponta a má utilização das urgências hospitalares e faz apelo aos portugueses

13 out 2023, 20:01

Reunião com a direção-executiva do Serviço Nacional de Saúde terminou com um conselho que o primeiro-ministro diz ser pouco seguido

O primeiro-ministro afirmou que um dos problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são os doentes que recorrem às urgências sem que seja necessário.

À saída de uma reunião com a direção-executiva do SNS, António Costa disse que esses casos são “a maioria” dos que se encontram nos hospitais.

“Não podemos estar a sobrecarregar um serviço com necessidades que não são necessárias de satisfazer aquele serviço, prejudicando, objetivamente, aqueles que precisam mesmo de ser atendidos nas urgências hospitalares”, sublinhou.

Por isso mesmo o primeiro-ministro deixou um conselho, com a anuência do diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo. “Quem precisa de cuidados de saúde, aquilo que tem de fazer é ligar para a Linha Saúde 24”, referiu.

É lá que os utentes devem encontrar o referido encaminhamento, seja para um hospital, seja para uma ida a um centro de saúde ou até uma simples toma de um medicamento.

“Sempre que sentimos sintomas devemos ligar para a Linha Saúde 24”, acrescentou, sublinhando que esta recomendação, apesar de muitas vezes feita, tem sido poucas vezes seguida.

Para já interessa, segundo o primeiro-ministro, montar um puzzle, cujas peças devem estar "devidamente montadas" em janeiro.

“O calendário que está fixado é que em janeiro temos o conjunto das peças do puzzle devidamente montadas. Se me pergunta se no dia 2 de janeiro passamos a viver no país das maravilhas, não passamos a viver no país das maravilhas”, disse António Costa no final de uma reunião com a direção-executiva do SNS e o ministro e secretários de Estado da Saúde que decorreu, esta tarde, no Porto.

As declarações de António Costa surgem dois dias depois de o Presidente da República ter insistido na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do SNS, sob pena de começarem "a rebentar peças do puzzle".

Questionado sobre os atuais problemas nas urgências por todo o país, após mais de 2.000 médicos se recusarem a fazer mais horas extraordinárias do que as 150 obrigatórias, o socialista explicou que o país tem um conjunto de médicos que devido à idade estão dispensados de fazer urgências e que a formação dos novos leva tempo.

“E, portanto, nos próximos dois anos vai haver sempre tensão entre o número de profissionais que se reformam, o número de profissionais que deixa de ter idade para fazer urgências e a formação de novos profissionais que os substituem”, referiu.

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