Capitão da seleção russa fala: «Sou contra qualquer guerra»

2 mar 2022, 16:38
Artyom Dzyuba (Zenit) - avançado, 33 anos: €9M

Artem Dzyuba foi muito criticado por internacionais ucranianos por não ter falado nos últimos dias. Diz orgulhosamente russo e fala em discriminação contra os atletas deste país por parte da comunidade internacional

Arrasado por alguns jogadores ucranianos devido à ausência de qualquer posicionamento sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, Artem Dzuyba, avançado do Zenit São Petersburgo que é também capitão da seleção da Rússia, publicou um texto no Instagram no qual diz ser contra qualquer tipo de guerra, explica por que razões não falou mais cedo e mostra-se contra a discriminação que, entende, os russos e, em particular, os desportistas deste país têm sofrido na pele.

«Até agora não quis falar sobre os acontecimentos na Ucrânia. Não quis, nao por ter medo, mas porque não sou especialista em política. Nunca me meti nisso. (...) Mas como qualquer pessoa tenho a minha opinião. (...) Sou contra qualquer guerra. A guerra é assustadora. Mas também sou contra a agressão e o ódio entre humanos, que a cada dia que passa atinge dimensões transcendentes», introduziu.

«Sou contra a discriminação baseada na nacionalidade. Não tenho vergonha de ser russo. Tenho orgulho em ser russo. E não entendo porque é que os atletas devem sofrer agora. Sou contra a dualidade de critérios. Porque é que toda a gente fala na separação do desporto e política, mas na primeira oportunidade, mas quando se trata da Rússia, esse princípio é esquecido?», acrescentou.

Recorde-se que já nesta semana Vitaliy Mykolenko, jogador ucraniano do Everton, dirigiu a Dzyuba palavras muito duras. «Enquanto ficas calado, seu c****, juntamente com os teus colegas de m****, cidadãos inocentes estão a morrer na Ucrânia. Vais ficar preso na tua masmorra para o resto da tua vida e até ao fim da vida dos teus filhos. E estou feliz por isso», escreveu numa publicação no Instagram logo depois de ter partilhado imagens dos ataques russos a Kharkiv. Yarmolenko, avançado do West Ham, também pediu aos jogadores russos que se manifestassem. «No meu país estão a matar pessoas, matam mulheres, mães, matam os nossos filhos. Mas vocês nada dizem, não fazem nenhum comentário.»

«Para alguns colegas que estão sentados nas suas mansões e dizem coisas desagradáveis: isso não nos ofende, percebemos tudo. Paz e tudo de bom para todos», referiu ainda Dzyuba, que disse também que a guerra um dia vai terminar, mas as relações humanas continuarão a existir e será impossível remediar algumas situações.

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