Mortes, refugiados, desrespeito pelo cessar-fogo e novas ameaças. O ponto de situação do dia 11 da guerra na Ucrânia

6 mar 2022, 16:12

De uma tentativa de evacuação falhada à resistência de Vladimir Putin na declaração de cessar-fogo: eis o que se passou durante a manhã do 11.º dia de invasão russa

O 11.º dia da invasão russa da Ucrânia começou com uma nova tentativa de evacuação da cidade de Mariupol, depois da violação russa da primeira evacuação, no sábado. Mas esta tentativa acabou por não passar disso mesmo, com as tropas russas a não cumprirem novamente com o cessar-fogo temporário. O dia começou também com novos alertas de ataques russos nas cidades de Odessa e Dnipro, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a prever um "crime de guerra histórico". 

A Europa está a braços com a crise de refugiados "de crescimento mais rápido" desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a ONU, que avançou um novo número de refugiados ucranianos: 1,5 milhões desde o início da guerra. O número de civis mortos e feridos também subiu. 

Eis o que se passou durante a manhã desta domingo:

- A Câmara Municipal de Mariupol marcou uma nova tentativa de evacuação da cidade para as 12:00 horas locais, tendo como objetivo retirar cerca de 400 mil habitantes. Horas depois, confirmou-se o falhanço desta nova tentativa, com a Câmara Municipal de Mariupol a denunciar o desrespeito do cessar-fogo por parte das forças russas, que mantiveram os bombardeamentos na cidade.

- A zona residencial em Zhytomyr foi atingida por bombardeamentos russos, a cerca de 140 quilómetros a noroeste de Kiev. O ataque acabou por destruir cerca de 30 casas particulares. Já num ataque separado em Korosten, uma cidade ao sul de Ovruch, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas. Dez casas particulares foram destruídas e um prédio foi incendiado. Cinco crianças foram resgatadas da cave.

- As forças russas atacaram e desativaram a base aérea militar de Starokostiantyniv, situada em Oblast. A notícia foi avançada pelo Ministério da Defesa da Rússia, que adiantou que esta desativação foi feita através de armas de alta pressão de longo alcance e foram abatidos 10 aviões e helicópteros.

- O Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, anunciou que o número de refugiados da guerra já ultrapassou os 1,5 milhões, considerando esta a crise de refugiados “de crescimento mais rápido” na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O número de civis mortos e feridos também aumentou: já morreram pelo menos 364 civis ucranianos e 759 feridos desde o início da invasão.

- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que as forças russas estão a preparar-se para bombardear a cidade de Odessa, uma cidade estratégica e o principal porto da Ucrânia, localizada na margem do Mar Negro, prevendo um "crime de guerra histórico".

- O Secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiy Danilov, anunciou que a Rússia está a planear cercar a cidade de Dnipro e está a virar as suas atenções para o Mar Negro, tendo como objetivo isolar a Ucrânia.

- As forças russas atacaram durante a manhã um ponto de evacuação em Irpin, perto de Kiev. No momento do ataque estavam a passar civis que estavam fugir da guerra. De acordo com a CNN Internacional, o ataque provocou a morte de três pessoas, entre as quais duas crianças.

- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, teve uma conversa telefónica com Vladimir Putin, na qual apelou para o "cessar-fogo imediato" na Ucrânia. Por seu lado, o presidente russo insistiu que "as operações militares na Ucrânia só vão terminar se as exigências da Rússia forem atendidas". 

- As tropas russas destruíram um aeroporto civil da região centro-oeste de Vinnytsia, localizada a 360 quilómetros da capital da Ucrânia, Kiev.

- Mais de 3.500 pessoas foram detidas na Ucrânia na sequência de protestos contra a guerra, de acordo com o ministro russo do interior, citado pela agência Tass

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