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A "ORQUESTRA DE AMORIM", COM VIOLINOS E TAMBORES: ainda há uns "ferrinhos" fora de lugar…

14 fev, 18:17

A goleada do Sporting frente ao SC Braga coloca em destaque vários protagonistas.

Desde logo, o treinador Rúben Amorim.

De 0 a 20, NOTA 17 para ele.

Perante as oscilações do Benfica, do FC Porto e também do SC Braga, começa a ser reconhecido quase unanimemente que o Sporting é a equipa que joga melhor futebol em Portugal.

E porquê?

Em primeiro lugar, através da ideia de jogo de Ruben Amorim, alicerçada num dispositivo táctico de 3x4x3, que admite variações, quer a atacar, quer a defender, num processo coletivo cada vez mais afinado.

Essa afinação ganha maior expressão a partir do momento em que o treinador encontrou no começo da época — em articulação com o scouting, a direção desportiva e a presidência — os jogadores certos para reforçar posições que estavam carenciadas, desde logo a saída de Ugarte no meio-campo e a ausência de um ponta-de-lança mais produtivo, acima do rendimento de PAULINHO, para além de um jogador de corredor, que pudesse estar ao nível de Porro.

E esta é a chave do sucesso: o Sporting encontrou HJULMAND (NOTA 14,5 frente ao Braga) para o meio-campo, um super GYÖKERES (NOTA 15) para a frente de ataque — e ainda recuperou GENY CATAMO (NOTA 14), que havia sido emprestado ao Marítimo, para ser a melhor solução para a lateral direita, pelo menos enquanto não se desfaz a dúvida se FRESNEDA é ou não a melhor opção no futuro para aquela posição.

Em segundo lugar, Rúben Amorim, para além de ganhar verdadeiros reforços, melhorou a capacidade de resposta dos jogadores existentes no plantel, entre os quais, de forma mais evidente, GONÇALO INÁCIO, DIOMANDE (antes de ir para a CAN), TRINCÃO (que merece destaque com NOTA 15 frente ao Braga), MORITA (antes de ir para a Taça da Asia), NUNO SANTOS (ainda pode dar muito mais) , o já citado GENY CATAMO, fazendo de PEDRO GONÇALVES uma “solução-VIP” quer no meio-campo quer no ataque.

Se juntarmos a isto, a soma progressiva que constitui a solução DANIEL BRAGANÇA e percebendo que, na frente, só GYÖKERES é “indiscutível”, obrigando EDWARDS a mais esforços para entrar no “11”, a sensação que se colhe é que está algo mitigada aquela ideia de ‘plantel curto’, embora não se tenha passado do 8 para o 80, considerando ainda a importância de COATES, a utilidade de MATHEUS REIS e ESGAIO, nunca se sabendo muito bem o que se pode contar em relação a ST. JUSTE (que potencial!) e o que KOBA e PONTELO podem dar à equipa. Sem esquecer ADÁN, que tem de contar cada vez mais com a concorrência de FRANCO ISRAEL.

Pensava-se que a Taça da Ásia e a CAN poderiam gerar problemas acrescidos ao Sporting, mas Amorim - com os jogadores à disposição - arranjou sempre soluções à altura, não se notando praticamente as respectivas ausências.

Deixo para o fim a mais recente sensação entre os ‘leões’ (citando sempre, num plano de maior destaque, claro está, o sueco GYOKERES:

 - EDUARDO QUARESMA, 21 anos, que está a “explodir”, depois de um período de empréstimo no Tondela e no Hoffenheim, como um jogador eficaz a defender e que sai com a bola controlada, em grande estilo, como se assumisse num só tempo as funções de defesa, médio e avançado. O golo que marcou ao SC Braga (NOTA 16 pela exibição) foi mais um momento de eleição.

Por estas razões, o Sporting se mantiver este nível de afinação (tendo margem ainda para aperfeiçoar alguns mecanismos, como por exemplo não parar o jogo, como ainda o faz; as pausas de respiração, chamemos-lhes assim, compreendem-se, não precisam é de ser tão ostensivas) e se não perder os seus jogadores de referência, este Sporting, dizia, pode ser feliz.

A goleada frente ao SC Braga mostrou um Sporting em “versão orquestra”. Super afinada. Com violinos mas também com tambores e com a noção de que há ainda uns ‘ferrinhos’ a precisar de… melhorar o tom.

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