COMENTÁRIO || Proposta eleitoral do PCP prevê fórmula de cálculo de rendas condicionadas.
Este artigo faz parte da newsletter "O Som e a Fúria", assinada por Pedro Santos Guerreiro - para ler AQUI e para subscrever AQUI
Um investidor profissional calcula uma renda assim: estima o valor investido num imóvel e aplica a margem de lucro. Se, por exemplo, pagou 300 mil euros por uma casa e quer arrendá-la com margem (“yield”) de 5%, multiplica os dois fatores e divide por 12 meses: a renda será de 1250 euros.
O PCP usa a mesma fórmula. Mas, como não é especulador, propõe que o cálculo seja sobre o valor patrimonial. E, como não é ganancioso, aplica uma margem de 3%.
É isso que está no seu programa eleitoral, em que o PCP propõe alterar o regime de renda condicionada “por forma a garantir que a renda é calculada sobre o valor patrimonial multiplicado por 3% e dividido por 12.”
Quer ver a diferença? Usemos como exemplo a casa alentejana de Pedro Nuno Santos, perto de Montemor-o-Novo, que foi notícia pelo irrisório IMI de 143 euros: segundo o próprio, a casa foi comprada em 2022 por 506 500 euros e está avaliada pelo Fisco por 47 870 euros. Então, se a quiser arrendar, a conta está feita:
- para o investidor profissional, a renda seria de 2 110 euros por mês.
- o PCP calcula-a em 120 euros por mês.
Pronto, ou é de agente ou é para a gente. Caro Pedro Nuno Santos, como disse uma vez sobre a geringonça, “estamos juntos a fazer história em Portugal”. Mais ação e menos conversa: arrende por 120 euros por mês. É justo: há casas em alojamento local mesmo ao lado pelo mesmo valor… por dia.