Pedro Barbosa escreve sobre o que ficou da jornada 22
Pareciam outros tempos.Às 17 horas, na Luz, o Benfica recebeu e venceu perante 50 mil adeptos o Estoril que ocupa o quarto lugar. Uma entrada forte em jogo, com eficácia, e os golos a surgirem. Em 20 minutos tudo se resolveu e se a confiança existia, saiu reforçada. À mesma hora, o Vitória de Setúbal, que melhorou muito sob o comando de Couceiro, recebeu o Sporting, numa tarde soalheira e com muito público.
Um pouco mais de duas horas depois, o Porto estreava Luís Castro no comando técnico. Menos público mas não menos entusiasmo nas bancadas.
A estreia de Luís Castro parecia ser tranquila, olhando para o resultado aos 20 minutos. Mas o jogo dura muito e o golo do Arouca, ainda na primeira parte, deixou tudo em aberto. O golo surgiu por acaso, provocou ansiedade no Porto e fez o Arouca acreditar que era possível algo mais.
O jogo foi passando, Quaresma falhou uma grande penalidade e o resultado foi-se mantendo. O empate esteve perto e os assobios surgiram. O FC Porto foi superior. Se tivesse materializado as oportunidades... A resistência do Arouca terminou aos 83 minutos. Tudo ficou resolvido com mais um excelente golo de Quaresma. A tranquilidade voltou ao Dragão.
Luís Castro chegou para trabalhar, como referiu, para responder da melhor forma à exigência que é estar no Porto. Começa bem, apesar de a equipa ter revelado alguma intranquilidade, sinal dos tempos que vivem.
O desafio é enorme e os jogos não param. Para Luís Castro, e bem, o foco tem de estar no jogo seguinte. É para isso que trabalha.
Em Setúbal tivemos jogo até ao fim e muitos erros à mistura. A arbitragem acaba mais uma vez por ser o que mais salta à vista e o que provoca a discussão mas centro-me nos jogadores e no seu rendimento.
Os do Sporting já conhecemos e são os mais falados por isso destaco três elementos do Vitória. Dois deles vindos dos escalões de formação. O jovem central Frederico Venâncio
O outro jogador é Ricardo Horta
São apenas 19 anos, mas muito potencial ali para os lados do Sado.
Por último, alguém que chegou em Janeiro da equipa B do Sporting: João Mário
A reacção à perda da bola e a capacidade para pressionar o adversário têm vindo a melhorar e a ser evidentes. Isso vai fazer a diferença na afirmação como jogador. O resto está lá. Tem personalidade e assume o jogo. Qualidade técnica e capacidade para ter a bola, gerir o jogo e soltar no momento que é preciso.
Voltando à Liga, olho para o fundo da tabela e vejo a luta que existe. ´
O Gil Vicente ficou um pouco mais tranquilo depois de vencer em casa de um dos últimos classificados. O que fazem seis pontos conquistados. Mas o discurso de João de Deus foi sempre correcto. Nem se colocou em bicos de pés quando esteve em quarto lugar nem deixou de acreditar no seu trabalho e na equipa, quando veio por aí abaixo na tabela e com apenas dois pontos conquistados.
O Paços de Ferreira tinha uma oportunidade de dar um salto na tabela e trazer o Gil Vicente para a luta. Falhou e esta derrota parece ter retirado alguma esperança, embora ainda faltem muitos jogos.
Olhanense e Belenenses são as outras equipas a fazer companhia ao Paços. No jogo entre ambas, anularam-se e cada uma ficou com um ponto. Curto. Era preciso mais na luta desesperada em que se encontram. A importância de se distanciar de adversário direto assume relevância mas nenhuma delas conseguiu superiorizar-se e a luta continua.