"Pelas razões referidas, não respondo". Nuno Rebelo de Sousa promete "silêncio integral" mesmo que deputados insistam nas rondas

3 jul, 13:03
Nuno Rebelo de Sousa Foto: DR

Filho do Presidente da República invoca direito ao silêncio e lembra processo judicial a correr em curso

Um silêncio "integral". É isso que Nuno Rebelo de Sousa promete dar aos deputados e aos portugueses durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso das gémeas, no qual é uma das figuras-chave, suspeitando-se de um favorecimento das crianças através de uma "cunha" colocada junto do Estado português por parte do filho do Presidente da República.

Nuno Rebelo de Sousa já tinha deixado claro, mas vai reiterar aos deputados, através da sua declaração inicial a que a CNN Portugal teve acesso, que não vai mesmo responder a quaisquer questões colocadas, invocando o direito ao silêncio e seguindo o conselho do seu advogado, até pelo processo judicial que corre em paralelo e pelo risco de, dessa forma, haver auto-incriminação.

A resposta a dar aos deputados, independentemente do teor das perguntas ou da insistência, será, segundo o próprio, a seguinte: "Pelas razões referidas, não respondo", pode ler-se, numa declaração que confirma o recurso ao direito ao silêncio, tal como já tinha feito o antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

A diferença para essa audição será a questão presencial. É que António Lacerda Sales esteve presencialmente no Parlamento, enquanto Nuno Rebelo de Sousa vai participar por videoconferência.

Diferente é a questão processual ou criminal. O filho do Presidente da República mostra-se disponível para esclarecer todas essas situações, pedindo que as questões sejam dirigidas diretamente aos seus advogados.

Desde novembro do ano passado, altura em que a TVI e a CNN Portugal revelaram a alegada cunha presidencial, Nuno Rebelo de Sousa remeteu-se sempre ao silêncio. 

Seis meses depois, o Presidente da República confessou que cortou relações com o filho após a polémica, que tem tentado manter afastada da sua figura.

Nuno Rebelo de Sousa é a chave deste caso que envolve quatro milhões de euros do erário público, tal como a mãe das gémeas que fez estalar a polémica quando admitiu que foi através dos contactos com o chefe de Estado que conseguiu ter acesso ao medicamento, então o mais caro do mundo, o Zolgensma.

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