Covid-19: afluência às urgências duplica nos hospitais do Oeste face a 2020

Agência Lusa , BMA
29 dez 2021, 17:18
SNS sob pressão: quais são os tempos de espera nas urgências hospitalares de Lisboa?

ADR de Torres Vedras do CHO atendeu este mês 937 doentes, quando em igual período de 2021 foram 562

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) viu duplicar este mês o número de atendimentos na urgência covid-19 por comparação a igual período do ano passado, mas regista um menor número de internamentos, revelou esta quarta-feira a administração à agência Lusa.

A Área Dedicada a Doentes Respiratórios (ADR), a chamada urgência covid, da unidade de Torres Vedras do CHO, tem registado por dia uma média de 40 atendimentos, quando há um ano eram 20, disse a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião.

Desde o início do mês até esta quarta-feira, o ADR de Torres Vedras do CHO atendeu 937 doentes, quando em igual período de 2021 foram 562.

Já no ADR da unidade de Caldas da Rainha, já foram atendidos este mês 713 doentes, muito acima dos 283 atendimentos verificados em dezembro do ano passado.

Elsa Baião adiantou que, nas duas unidades, metade dos doentes que recorrem às urgências covid recebe a pulseira verde, correspondente aos casos menos urgentes.

“Os centros de saúde desativaram os ADR que tinham a funcionar em estruturas autónomas, apesar de manterem o atendimento a doentes covid. Os cidadãos já têm menos receio de ir às urgências, com a evolução da pandemia, e temos alguns casos reencaminhados pela Linha Saúde 24 que não se justificavam, porque as pessoas ou não têm sintomas ou têm patologia ligeira”, justificou a administradora.

A afluência aos ADR do CHO disparou este mês, já que em setembro foi de 400 e 329 em Torres Vedras e nas Caldas da Rainha, respetivamente, em outubro de 487 e 398 e em novembro de 703 e 481.

Quanto aos internamentos, o CHO tem vindo a ter ocupadas cerca de 15 das 21 camas afetas a doentes infetados pela covid-19, registando-se por isso menos internamentos do que há um ano, ao atingir em janeiro de 2020 um máximo de 144 camas e precisar de transferir doentes para outros hospitais por falta de capacidade.

“Os casos são menos graves” nesta altura em que a população se encontra vacinada contra a covid-19, esclareceu a administradora hospitalar.

Tendo em conta as estimativas de aumento dos contágios a nível nacional, provocado pela variante Ómicron, o CHO prepara-se para reforçar os serviços, seguindo o plano de contingência delineado para a pandemia de covid-19.

Contudo, depara-se com a falta de profissionais de saúde.

“Os nossos profissionais, à semelhança da restante população, também se encontram infetados ou a estão em isolamento por terem tido contactos de risco, assistindo-se a um número significativo de baixas”, explicou Elsa Baião.

O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Estes concelhos dividem-se entre os distritos de Lisboa e Leiria e representam uma população de cerca de 293 mil pessoas.

A covid-19 provocou mais de 5,41 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.921 pessoas e foram contabilizados 1.330.158 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.

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