Paços de Ferreira-Boavista, 0-2 (destaques)

10 mar 2001, 00:03

Surpresa Frechaut não apareceu a Martelinho Frechaut foi a surpresa da noite. Surgiu a titular e foi só o melhor em campo. Martelinho voltou a ser decisivo, num Boavista hiperpragmático. Resultou, uma vez mais. Zé Manel e Rafael recusaram o fado perdedor, mas era uma missão (quase) impossível

Frechaut

Talvez o melhor jogador em campo. Foi a surpresa da noite, ao merecer a confiança de Jaime Pacheco, aparecendo a titular. Ocupou uma função importante na manobra boavisteira, assegurando um dos três postos (o mais à direita) do meio-campo. Fez uso da sua polivalência e assinou uma das melhores exibições desde que veste a camisola do Boavista. Segurança, apresentou boa leitura de jogo e precisão no passe, tudo isto evitando cair em faltas desnecessárias. Nem parece um jogador pouco utilizado e, como tal, com pouco ritmo. Pode baralhar ainda mais as contas a Pacheco, que em função das opções de que dispõe no plantel, tem agora mais um possível titular para enquadrar. 

Martelinho

Confirmou o bom momento de forma e voltou a ser o jogador mais perigoso do Boavista. Anunciou cedo que estava disposto a fazer a vida negra aos defesas contrários, quando serviu Duda logo ao minuto três. Aproveitou uma desatenção de Zé Nando e marcou um golo pleno de oportunidade. O campo não estava para grandes corridas, mas Martelinho foi, uma vez mais, o speedy gonzalez dos axadrezados. Prático, gosta de um jogo rectilíneo e não se perde em grandes floreados, até porque em termos técnicos não é um jogador especialmente dotado. Não chegou ao nível exibicional demonstrado com o Belenenses, mas repetiu o protaganismo na conquista de mais três pontos para a equipa. 

Zé Manel

Personificou a imagem do Paços de Ferreira neste jogo: esforçado, dedicado, lutador, mas completamente inconsequente. As suas qualidades foram uma vez mais demontradas: é um dos jogadores mais rápidos deste campeonato. Tenta fazer uso da sua velocidade para fintar em progressão, coisa que nem sempre consegue. Ainda assim, é uma preocupação para os defesas adversários. Esta noite, não chegou a passar disso mesmo. Exausto, foi bem substituído por Carlos Carneiro, aos 60 minutos.  

Rafael

Pode queixar-se do mesmo fado de Zé Manel. Também se recusou a aceitar a derrota como uma inevitabilidade e, sobretudo na primeira parte, criou algumas jogadas de perigo. Na principal delas, levou a melhor sobre Litos, lançando Everaldo e depois Zé Manel na melhor ocasião desperdiçada pelo Paços. Como é seu hábito, foi a peça mais móvel da estrutura pacense, procurando caminhos para abrir a defesa boavisteira. Uma missão quase impossível, mais ainda na segunda parte, quando as forças começaram a faltar.  

Zé Nando

Definitivamente, esta não era a sua noite. Zé Nando habituou-nos a grandes exibições, esta época, nos jogos de maior dificuldade, mas esta foi mesmo a excepção à regra. Tem culpas nos dois (!) golos do Boavista, primeiro ao não aparecer a tempo na marcação a Martelinho e no segundo ao cometer uma fífia monumental que permite o tento a Duda. Os dois falhanços afectaram-no psicologicamente e, se bem que não tenha realizado no resto do encontro uma exibição desastrada, a verdade é que não foi o Zé Nando do jogo com o F.C. Porto, por exemplo. Desta vez, esteve muito menos interventivo e muito mais hesitante.  

Leonardo e Whellitton

Num jogo muito lutado a meio-campo, os pontas-de-lança de cada equipa estiveram igualmente mal. Ausentes, apagados e muito pouco produtivos. É certo que tanto Paços como Boavista preferem estratégias que passam por um grande protagonismo dos médios, exploram muito as alas, e isso diminui a importância dos pontas-de-lança. Mas não se estava à espera de um Whelliton tão acessório e de um Leonardo tão discreto.

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