Paços de Ferreira-Benfica, 0-0 (destaques)

21 out 2000, 21:20

Enke evitou a humilhação Não fosse a noite inspirada do guarda-redes alemão, o Benfica sairia de Paços com uma derrota humilhante. A vantagem numérica nunca foi aproveitada: Chano, Dani e Van Hooijdonk mostraram bons apontamentos mas só na primeira parte. Do lado pacense, Everaldo foi o melhor. Glauber também merece nota de destaque: muito bem a trinco, ainda melhor a defesa-central

Everaldo

O melhor jogador em campo. Muito dinâmico, foi um autêntico quebra-cabeças, aparecendo ora à esquerda, ora à direita do ataque pacense. Rojas teve muitas dificuldades em acompanhá-lo, Diogo Luís deu-se um bocadinho melhor com essa tarefa. Compensou as exibições pouco conseguidas dos dois elementos mais avançados da sua equipa e até esteve perto do golo em algumas ocasiões. Uma delas foi quando, pela esquerda, quase surpreendeu Enke, num cruzamento-remate. Poucos minutos depois, um tiro de fora da área proporcionou ao guarda-redes alemão a defesa da noite.  
 

Glauber

Um dos jogadores-chave na estratégia pacense. Glauber foi estupendo nas duas missões que, em diferentes momentos do encontro, lhe couberam. Muito bem, primeiro, no seu terreno natural, o de médio-trinco. Nessa função, travou ímpetos dos jogadores do Benfica que actuavam no miolo. Com a expulsão de João Armando, Glauber foi adaptado a central e passou com distinção no lugar imprevisto onde teve que actuar. 

João Armando

Merece uma nota de destaque, não por ter jogado particularmente bem ou mal, mas porque uma atitude sua poderia ter comprometido toda a estratégia da sua equipa. No lance em que é expulso, João Armando carrega Van Hooijdonk quando este está à sua frente, em direcção à baliza. O vermelho directo é, por isso bem mostrado, mas ficou a nítida sensação de que a falta seria evitável. Pedro ia a caminho da bola e era muito improvável que o holandês chegasse à bola com perigo. Valeu aos pacenses uma grande solidez, justificando por completo a manutenção do empate, mesmo tendo jogado mais de meia partida em inferioridade numérica.  
 

Enke

Foi graças a este homem que o Benfica não passou pela humilhação de sair de Paços de Ferreira com uma derrota, mesmo tendo actuado em superioridade numérica durante mais de meio jogo. O guarda-redes alemão defendeu tudo o que havia para defender. Seguríssimo, não se deixou contagiar com as falhas dos seus defesas (sobretudo de Paulo Madeira, na segunda parte) e foi o selo de garantia nos momentos de maior aflição. Atento, tranquilo e destemido, Enke esteve imbatível. Everaldo e Formoso que o digam.  
 

Van Hooijdonk

Se há falta de qualidade no plantel do Benfica, ela não está, certamente, no lugar de ponta-de-lança. Van Hooijdonk pode não ser um jogador com as características de Nuno Gomes (são avançados completamente diferentes) mas é um elemento muito válido na estratégia de Mourinho. Não foi por acaso que as principais jogadas de perigo a favor do Benfica aconteceram quando o ponta-de-lança holandês recuou um pouco e, nas costas dos defesas, se entendeu com os médios benfiquistas (sobretudo Poborsky e Dani). Crucial no momento em que o Benfica passou a actuar com mais um elemento (foi ele que sofreu a falta de João Armando), faltou apenas a Van Hooijdonk algum instinto «matador». 
 

Dani

Começa a assumir-se como o patrão do meio-campo benfiquista. É certo que ainda se nota alguma falta de entrosamento com os colegas (isso notou-se essencialmente no período em que actuou na segunda parte), mas tomando em linha de conta que vem de uma lesão, pode considerar-se que Dani fez uma exibição de bom nível. Bons passes, preocupação em variar movimentos; uma presença permanente nas manobras ofensivas dos encarnados. Quando tiver mais ritmo competitivo, pode vir a ser o ás de trunfo de José Mourinho.  
 

Chano

Uma eficácia discreta. Apesar da idade, o médio espanhol fez quase uma hora de jogo de grande nível. Chano foi o elemento mais polivalente do sector intermédio do Benfica ¿ muito bem nas missões defensivas, fez cortes providenciais e passou quase sempre com precisão. Falta-lhe, até pelo seu estilo de «falso lento», alguma capacidade criativa, mas compensou esse facto com algumas assistências primorosas. Acabou por ser a unidade sacrificada quando, aos 58 minutos, Mourinho quis apostar no ataque, aproveitando o facto de estar em a jogar com mais um elemento.

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