Marés Vivas: lotação esgotada para The Prodigy

Redação , João Carneiro da Silva
19 jul 2008, 07:40

Banda inglesa protagonizou o melhor concerto do festival perante uma plateia de 20 mil pessoas

Ao segundo dia o festival Marés Vivas registou uma enchente. Cerca de 20 mil pessoas esgotaram a lotação do recinto, tudo por culpa dos britânicos The Prodigy, banda que voltou a deixar a sua marca incendiária em Portugal.

Já passava das 01h30 da madrugada de sexta-feira para sábado quando Liam Howlett (DJ), Keith Flint (voz), Maxim (voz), Rob Holliday (guitarra) e Leo Crabtree (bateria) subiram ao palco artilhado com um jogo de luzes especial. Para além de muitos strobes, uma série de holofotes transformados em vários pares de olhos malignos apontados para uma plateia sedenta de acção.

O rastilho foi aceso logo ao primeiro tema, «Their Law», abrindo oficialmente a época de mosh e crowd surfing no festival. Um ano depois da actuação no Creamfields Lisboa e dois anos após o concerto memorável no Sudoeste, os Prodigy aproveitaram para testar novo material a ser lançado no próximo álbum da banda. «World's On Fire», «Beat 55», «Warriors' Dance» e «Mescaline» pareceram ter sido bem recebidas pelo público.

Certo é que os Prodigy revelam em palco a sua faceta mais rock, o que faz deles uma melhores bandas ao vivo em festivais de Verão. Maxim tomou as rédeas da interacção com a plateia, galvanizando os ânimos até aos níveis máximos. A passagem obrigatória por «Breathe», «Spitfire» e «Firestarter» alimentou a chama bem quente e foram poucos os que não pularam e dançaram ao som do que de melhor saiu da mente de Liam Howlett nos últimos 18 anos.

O único senão terá sido a curta duração do espectáculo, de cerca de 1h15. Ainda assim, poucos se podem queixar de um final com «Smack My Bitch Up» e «Out Of Space»; o refrão reggae de Max Romeo foi entoado em coro e a cappella
por milhares de vozes.

Aposta ganha para os Da Weasel


Os Da Weasel tinham prometido um concerto diferente do habitual e não só cumpriram a promessa como ganharam a aposta (arriscada) de deixar de fora os principais êxitos. Em Gaia não se ouviram «Re-Tratamento» ou «Dúia», nem se cantou «yeah yeah, faz faz, bebé», mas nem por isso a festa foi menos intensa ao som de «GTA», «Dou-lhe Com A Alma» e «God Bless Johnny».

Pacman, Virgul e companhia incluíram ainda no alinhamento «(You Gotta) Fight for Your Right (to Party!)» - um original dos Beastie Boys -, tema que assentou que nem uma luva no ambiente do festival.

Tricky irrequieto


Com o novo álbum «Knowle West Boy» acabadinho de sair para as lojas, o inglês Tricky apresentou-se no Marés Vivas acompanhado da dinamarquesa Kira, voz feminina que contrabalançou com suavidade a interpretação tipicamente intensa do irrequieto músico de Bristol.

Tricky fez o que lhe competia. Sem tentar deslumbrar ninguém, juntou novos e velhos temas e deu-lhes a roupagem rock «pedida» pelo ambiente de festival. «Girls» e «Joseph» foram bons apontamentos de um concerto de 60 minutos.

Já antes, o portuense Slimmy e a sua banda tinham aberto o palco principal por volta das 21h00. As opiniões dividiram-se entre os que torceram o nariz à figura andrógina do cantor e os que preferiram ligar apenas à música propriamente dita, divertindo-se ao som de «Showgirl» e «Beatsound Loverboy».

Marés Vivas encerra com James


O festival Marés Vivas 2008 chega ao fim este sábado. Segundo a organização, ainda há bilhetes disponíveis para quem quiser assistir às actuações dos ingleses James, dos sobreviventes dos The Doors, os Riders On The Storm, e da norte-americana Macy Gray.

Aqui ficam os horários:

Palco Novos Portugueses: Per7ume (19h30); Lulla Bye (20h30)

Palco Marés Vivas: Macy Gray (22h00); Riders On The Storm (23h30); James (01h00)

Late Night Indústria: It's Amazing (02h30 às 06h00)

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