Mundial-2014: Brasil-Croácia, 3-1 (crónica)

12 jun 2014, 23:21

Polémica e «bis» de Neymar a abrir a festa

A festa do Campeonato do Mundo começou com uma vitória do Brasil sobre a Croácia (3-1) marcada por uma polémica grande penalidade que permitiu à equipa de Luiz Felipe Scolari virar o jogo a vinte minutos do final. Neymar bisou e cumpriu, enquanto Oscar brilhou e matou o jogo, mas o «escrete» não convenceu, com Hulk e Fred muito longe de um jogo que começou com um facto inédito em Mundiais.

Confira a FICHA DO JOGO


Nunca um Campeonato do Mundo tinha começado com um autogolo. Nunca o Brasil tinha marcado na própria baliza numa fase final. O golo de Marcelo, antes dos dez minutos, gelou o Arena Cortinthians. O Brasil tinha entrado bem no jogo, assumindo o estatuto de anfitrião, de cabeça levantada, com a bola no pé e a explorar bem os flancos, diante de uma Croácia bem fechada, com Raktic e Modric bem juntos na zona central, e Perisic e Olic a abrirem nos flancos. A surpresa chegou antes aos nove minutos, com Olic a cavalgar pela esquerda e a cruzar tenso. Jelavic desviou e Marcelo, surpreendido, atirou na passada para as próprias redes. O silêncio caía sobre o Arena. Não era suposto ter começado assim, aliás, como já dissemos, nunca tinha começado assim.

O Brasil cerrou os dentes, arregaçou mangas e voltou a pressionar, agora com um Neymar mais recuado, à procura da bola, uma vez que Fred e Hulk estavam completamente longe de tudo. Paulinho e Oscar, sempre a crescer, ameaçaram Pletikosa, mas foi Neymar que, antes da meia-hora, empatou o jogo, com um remate com o pé esquerdo que parecia inofensivo, fora da área, com pouca força, mas tão bem colocado que Pletikosa nunca podia lá chegar. O Arena voltou a acordar. O resultado voltava a ficar nivelado, mas o jogo perdia intensidade. O Brasil continuava por cima, mas agora com duas equipa determinadas a não cometer mais erros. O jogo arrastou-se até ao intervalo, com muitas faltas e sem novos motivos para grandes emoções.

Caso e o 33º golo de Neymar


O jogo prosseguiu empastelado na segunda parte, com um Brasil com mais bola, mas sem profundidade, sem magia, sem um golpe de virtuosismo, diante de uma Croácia que ia acumulando confiança e ensaiando alguns lances de perigo junto da área de Júlio César. Os primeiros vinte minutos passaram num ápice sem grandes notas de registo quando, aos 70, aconteceu o caso do jogo. Cruzamento de Oscar, Fred tenta controlar a bola sob a pressão de Lovren e o árbitro detetou uma falta que permitiu a Neymar atirar desde a marca dos onze metros. O avançado hesitou e atirou em força. Pletikosa voou para o lado certo e quase defendeu, desviando a bola, mas sem a tirar das suas redes. Com estes dois golos, Neymar saltou para o sétimo lugar da lista dos melhores marcadores da história do Brasil, agora com 33 golos.

A Croácia voltou a crescer nos últimos instantes da partida e esteve perto de empatar, com remates de Perisic e Modric. Valeu ao Brasil a concentração de Júlio César entre os postes. Neymar cedeu o seu lugar a Ramires a dois minutos do final. Saiu sob aplausos, afinal de contas, cumpriu com dois golos na abertura. O jogo morria logo a seguir. Num rápido contra-ataque, depois de uma recuperação de Ramires, Oscar matou o jogo em tempo de compensação com o terceiro golo do Brasil. Um remate na passada, outra vez inalcançável para Pletikosa.  Um prémio merecido para o médio do Chelsea que, a par de Neymar, foi uma das figuras incontornáveis deste primeiro jogo. O médio do Chelsea esteve na origem do primeiro golo, fez o cruzamento no lance da grande penalidade e fechou ele próprio as contas.

O Brasil estreia-se com uma vitória, mas vai ter de fazer mais nos jogos com o México e com os Camarões para mostrar que é mesmo candidato.

Confira o calendário do Campeonato do Mundo.

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