Suíça-França, 2-5 (crónica)

20 jun 2014, 22:25

Mão cheia antes de levantar o pé

Que massacre!!! A França goleou a Suíça por 5-2, naquele que é o jogo com mais golos no Campeonato do Mundo até ao momento, e, com duas vitórias, está muito perto de garantir a qualificação para os oitavos de final. Uma grande exibição da equipa de Didier Deschamps, com particular destaque para Karim Benzema [três golos e duas assistências nos oito golos da França], que chegou a estar a vencer por 5-0, tendo desperdiçado outras tantas oportunidades, incluindo uma grande penalidade, antes da Suíça salvar a honra com dois golos no final, num deles, com o primeiro golo de livre direto nesta edição da maior prova da FIFA.

Confira a FICHA DO JOGO


Os dois vizinhos tinham vencido na primeira jornada e entraram em campo com cautelas, com a consciência que uma segunda vitória deixava caminho aberto para os oitavos de final. Ottmar Hitzfeld fez apenas duas alterações promovendo para o onze inicial os dois jogadores – Mehmedi e Seferovic - que tinham saído do banco para marcar os golos na reviravolta frente ao Equador (2-1). Didier Deschamps também fez apenas duas alterações em relação ao triunfo sobre as Honduras (3-0), abdicando de Pogba e Griezmann, para lançar Sissoko e Giroud.

O jogo começou com um revés para a Suíça, logo aos 7 minutos, com o central Von Bergen a ter de sair [entrou Senderos] depois de ter sido atingido no olho esquerdo, de forma perfeitamente casual, por um pontapé de Giroud. O jogo estava equilibrado, mas com ligeiro ascendente da França que, com uma pressão alta, não permitia à Suíça sair a jogar, quando, em apenas dois minutos, a França acelerou e marcou dois golos. O primeiro, aos 17 minutos, com uma grande cabeçada de Giroud na sequência de um canto de Valbuena. Bola ao centro e novo golo, depois de um erro tremendo de Mehmedi que colocou a bola nos pés de Benzema e permitiu um rápido contra-ataque da França. O avançado abriu na esquerda para a entrada de Matuidi que bateu Benaglio com um remate junto ao primeiro poste. O antigo guarda-redes do Nacional parece mal batido.

Dois tiros e Suíça ao fundo


Dois golos de rajada que perturbaram a organização da Suíça que continuou a cometer erros atrás de erros perante a pressão dos gauleses. Xhaka ainda colocou a bola nas redes de Lloris, mas estava em posição irregular, enquanto Shaqiri também teve uma oportunidade soberana para reduzir, mas logo a seguir a França também podia ter acabado com o jogo, quando Djorou, sem qualquer necessidade, fez uma falta na área sobre Benzema. Na conversão do castigo máximo, um dos grandes momentos deste Mundial, com Benaglio a redimir-se da falha no segundo golo e a defender o pontapé do avançado do Real Madrid. Na recarga, Cabaye a acertou, com estrondo, no poste.

A França estava agora claramente por cima e o terceiro golo acabou mesmo por chegar antes do intervalo na sequência de mais um rápido contra-ataque da França. Grande passe de Varane a lançar Giroud em velocidade para uma assistência bem medida para a conclusão de Cabaye. As oportunidades sucediam-se a uma velocidade vertiginosa na baliza de Benaglio e o intervalo foi o que melhor podia acontecer à equipa de Hitzfeld.

Mas a verdade é que os quinze minutos serviram apenas para descansar, porque o massacre prosseguiu no segundo tempo. Pogba entrou e, pouco depois, ofereceu o quarto a Benzema. Seis minutos volvidos, foi Benzema que serviu Sissoko para o quinto.

Primeiro golo de livre direto
e o final bizarro


O resultado era nesta altura o mais volumoso do Mundial e, o maior problema da Suíça, é que ainda faltavam quase vinte minutos. Mas a França acabou por levantar o pé, com Deschamps já a preparar a equipa para os oitavos de final. Umas tréguas que permitiram à Suíça recuperar o orgulho. Dzemaili reduziu a diferença na marcação de um livre, fazendo a bola rasteira passar por entre a barreira e entrar junto ao poste. Foi o primeiro golo de livre direto deste Mundial. Logo a seguir, um golaço de Xhaka, com o pé esquerdo. Dois golos que permitiram à Suíça livrar-se do ónus do resultado mais pesado que continua a pertencer à Espanha (1-5 frente à Holanda).

O jogo teve um final bizarro já em período de descontos com o árbitro a apitar quando a bola ia novamente a caminho das redes de Benaglio. Tinha sido um espetacular remate de Benzema à entrada da área, aliás, comemorado efusivamente pelo avançado do Real Madrid, mas, por capricho, do árbitro, o holandês da final da Liga dos Campeões, não valeu.

Um jogo com sete golos, o sexto com sete ou mais golos em fases finais do Campeonato do Mundo, mas a França só garante os oitavos com uma vitória ou um empate do Equador, mais logo, frente às Honduras.

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