Andebol: Federação arrisca cancelamento da utilidade pública

4 set 2003, 17:29

Proposta de suspensão é cenário intermédido em cima da mesa Proposta de suspensão é cenário intermédido em cima da mesa, face ao diferendo com a Liga.

A Federação de Andebol de Portugal (FAP) pode perder o estatuto de utilidade pública, por causa do braço-de-ferro com a Liga de clubes. Em cima da mesa está por agora a suspensão do estatuto, proposta na quinta-feira pelo Conselho Superior de Desporto (CSD), o cenário que se segue é o cancelamento.

A decisão de avançar para a suspensão será tomada agora pelo Governo. Se o secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, aprovar a sugestão do CSD, a FAP tem 90 dias para resolver o problema. Se isso não acontecer segue-se o cancelamento do próprio estatuto e a perda de todas as regalias inerentes, nomeadamente o direito a verbas do Estado.

O diferendo entre a Federação e a Liga de andebol arrasta-se há muito e já levou na última época à realização de dois campeonatos paralelos. O CSD já tinha reconhecido o estatuto profissional da Liga e em causa está agora a regularização das relações entre os dois organismos, que deve ser feita através de um protocolo.

José Manuel Constantino, presidente do Instituto do Desporto de Portugal e responsável interino pelo CSD, após a demissão do seu presidente, Fernando Seara, também na quinta-feira, define a proposta de suspensão como um «procedimento intermédio», antes de uma medida mais drástica como é o cancelamento do estatuto de utilidade pública. Mas admite que os sinais dados pelos responsáveis do andebol português não fazem prever por agora um desfecho favorável do processo. «O clima que há não é de aproximação, mas de suspeição», admite.

A Federação, reunida também quinta-feira em Assembleia Geral, contestou já a decisão do CSD e admite suspender toda a actividade da modalidade, enquanto a Liga, cujos dirigentes tiveram um encontro no mesmo dia, se congratulou e anunciou que irá pedir uma sindicância à FAP.

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