Dia 29 de Setembro Tegla Laroupe, Gezahegne Abera e Hendrick Ramaala são alguns dos cabeças de cartaz.
A crise económica chega a todo o Mundo e Portugal não é excepção, daí que a Meia Maratona de Portugal encontre também algumas dificuldades pela frente que, no entanto, estão a ser ultrapassadas com grande profissionalismo. Quem o afirma é o presidente do Maratona Clube de Portugal, Carlos Móia.
O líder da equipa que há alguns anos organiza a Meia Maratona de Lisboa voltou a encontrar-se com a comunicação social para garantir a continuidade da sua prova: «Embora não possa contar aqui com algumas figuras de peso, como tentámos sempre fazer no passado, já que a maratona de Chicago conseguiu voltar aos seus melhores tempos e congregou a presença de muitos dos craques internacionais», avisou.
Mas, a verdade é que a prova de Lisboa será muito concorrida, mesmo sem nomes de craques tão conhecidos como Paul Tergat, Paula Radcliffe (dois dos atletas esperados em Chicago) ou Haile Gebrselassie, mas contando com um lote de outros atletas de bom nível. A etíope DERARTU TULU estará em Portugal. A atleta triunfou nesta Meia Maratona em 2000, com a melhor marca de sempre neste percurso (1h09m09) e já é bem conhecida pelo seu vastíssimo palmarés, no qual se incluem títulos olímpicos (em 10000 metros) e mundiais (na mesma distância), tenso ainda a particularidade de conhecer bem as competições na capital portuguesa, já que foi segunda na Meia-Maratona de Lisboa em 2000 e terceira em 2001.
Não se ficam por aqui os campeões olímpicos, já que a prova masculina contará também com actual campeão olímpico (2000) e mundial (2001) de maratona, o etíope GEZAHEGNE ABERA.
Depois, a lista de nomes de candidatos aos primeiros lugares não é pequena. Com efeito, destacamos as presenças de dois outros nomes grandes provindos da Etiópia: TESFAYE JIFAR e TESFAYE TOLA, homens que integraram a formação da Etiópia que triunfou colectivamente no Mundial de Meia-Maratona em 2001 (em que Haile Gebrselassie se sagrou campeão mundial, sendo Jifar segundo e Tola quinto).
Nos mais directos lugares de oposição avultam os nomes do sul-africano HENDRICK RAMAALA, vice-campeão mundial de meia-maratona em 1998 e 1999, e que em Lisboa, na Meia Maratona da Ponte 25 de Abril, já triunfou (2001) e onde colecciona dois segundos lugares, em 2000 e 2002, e dos quenianos JAPHET KOSGEI, vencedor da Meia-Maratona de Lisboa em 1999, e de RODGERS ROP, campeão da maratona de Boston este ano, tendo sido terceiro classificado na meia de Lisboa em 2001.
Finalmente, noutro campo, destaque para o espanhol ANTONIO PEÑA, campeão de Espanha de maratona (1997) e de meia maratona (2000 e 2001), vencedor das maratonas de Otsu (2001) e San Sebastian (92), e para o marroquino ABDESLAM SERROCH, vencedor das maratonas de Barcelona (97) e San Debastian (96).
No que toca à prova feminina, na primeira linha de oposição à campeã etíope, no que se refere ao triunfo na ONI MEIA MARATONA DE PORTUGAL, destaque para as quenianas TEGLA LOROUPE, seis (!) vezes vencedora da Meia Maratona de Lisboa e ex-recordista mundial de maratona, e MARGARET OKAYO, que este ano venceu a Maratona de Boston depois de ter sido terceira na Meia-Maratona de Lisboa, sem esquecer outra representante dos altos planaltos africanos, a menos conhecida ESTHER KIPLAGAT, que este ano foi terceira na Maratona de Paris.
Bem conhecida mas num nível diferente, registe-se a participação da espanhola MARIA ABEL, vencedora da maratona de Valência este ano, e que foi terceira classificada em Roterdão no ano passado.
Portugueses com tratamento especial
Entre os nomes dos portugueses participantes à ONI Meia Maratona de Portugal destacamos os dois atletas do Maratona: PAULO GUERRA, EDUARDO HENRIQUES, PAULO CATARINO e JOÃO JUNQUEIRA, todos eles já com títulos nacionais e europeus nas competições de estrada e que se preparam já para a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada, que terá lugar em Almada, no próximo mês.
Na competição feminina, HELENA SAMPAIO, a melhor atleta portuguesa na edição do ano passado, volta a ser um dos nomes mais sonantes, a par da sua colega de equipa MARINA BASTOS.
Estes atletas lutarão por uma grelha de prémios exclusiva (os atletas estrangeiros ficam-se pelos cachets de presença e bónus em caso de subirem ao pódio).
Em equipa que ganha não se mexe
A organização deste ano da Meia-Maratona de Portugal não apresenta grandes alterações em relação às duas edições anteriores, destacando-se a colocação de uma centena de autocarros entre as 8 e as 9 horas da manhã do dia 29 de Setembro para levar os concorrentes da gare do Oriente para a zona de partida (ao quilómetro 6 da Ponte Vasco da Gama); a continuidade do controlo da prova por intermédio de chips; as inscrições de atletas aos balcões do Banco Sotto Mayor; a entrega de uma t-shirt suplementar caso esteja frio no dia da corrida (se estiver chuva serão distribuídas capas impermeáveis).
A novidade prende-se com a tentativa de a prova poder bater um «recorde mundial»: a de largar 15000 balões para o ar, facto que, se não é inédito, ocorreu muito poucas vezes.
A prova, marcada para dia 29 de Setembro, às 10.30 horas, tem a partida no quilómetro seis da Ponte Vasco da Gama e meta em frente ao Pavilhão de Portugal, no Parque das nações.
