ONU aprova resolução que pede responsabilização de Israel por eventuais crimes de guerra

CNN Portugal , DCT
5 abr, 13:24
Faixa de Gaza (Associated Press)

Mesmo com 13 abstenções e seis votos contra, a adoção desta resolução fez com que vários representantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU aplaudissem a decisão

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou esta sexta-feira uma resolução que apela a que Israel seja responsabilizado por possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza. Israel acusa a ONU de ter “abandonado o povo israelita” e que quem vota a favor está a votar no Hamas.

Esta resolução foi aprovada com 28 votos a favor, 13 abstenções (que incluem França, Lituânia e Japão) e seis votos contra, entre os quais Estados Unidos, Alemanha e Bulgária. Ainda assim, conta a Reuters, a adoção desta resolução fez com que vários representantes deste conselho da ONU aplaudissem a decisão.

A resolução votada esta manhã focou-se naquilo que se defende ser “a necessidade de garantir a responsabilização por todas as violações do direito internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos” que possam estar a ser cometidas por Israel “no Território Palestiniano Ocupado” desde o dia 7 de outubro do ano passado. 

“Atacar pessoas ou objetos envolvidos na assistência humanitária pode constituir um crime de guerra”, exemplificou o porta-voz do Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Jeremy Laurence.

Ainda esta semana, sete voluntários da World Central Kitchen, que presta ajuda alimentar em zonas de crise e de conflito, morreram na sequência de um ataque ao comboio onde seguiam e no qual se encontravam alimentos para os habitantes de Gaza. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já veio confirmar o ataque, mas diz que se tratou de um ato “não intencional”.

O objetivo, diz a resolução, é “acabar com a impunidade” de quem estará a cometer tais crimes. Por não haver qualquer menção ao Hamas e à sua responsabilidade no que acontece em Gaza, os Estados Unidos votaram contra. 

Israel já reagiu à aprovação desta resolução e acusa a ONU de ter “abandonado há muito tempo o povo israelita”. Meirav Eilon Shahar, representante permanente de Israel nas Nações Unidas, acusou ainda o organismo de ter “defendido por muito tempo o Hamas”, afirmando que, “de acordo com a resolução que hoje vos é apresentada, Israel não tem o direito de proteger o seu povo, enquanto o Hamas tem todo o direito de assassinar e torturar israelitas inocentes”.

“Um voto 'sim' é um voto no Hamas”, disse Shahar. 

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