Procuradora que arrasou métodos do Ministério Público não retira "nada do que disse" após ser alvo de processo

Henrique Machado , com Lusa
24 nov 2023, 18:04
Procuradoria-Geral da República

Maria José Fernandes assinou um artigo de opinião no jornal Público, no qual, sem se referir à Operação Influencer, que culminou na queda do Governo, falou em "buscas cuja utilidade e necessidade é nenhuma"

Maria José Fernandes, a procuradora-geral adjunta que escreveu no Público o artigo de opinião "Ministério Público: como chegámos aqui?", numa crítica implícita mas violenta à forma como foi conduzida a Operação Influencer, vai ser alvo de um processo de averiguação interna, ordenado pela PGR, que pode dar origem a processo disciplinar.

Contactada pela CNN Portugal, a magistrada garante que não retira "nada do que disse".

"Respeito muito o Ministério Público e não escrevi nada contra ninguém. Só quero que o MP recupere o prestígio que sempre teve", diz Maria José Fernandes.

O Ministério Público (MP) informou esta sexta-feira que instaurou um processo especial de averiguação para aferir a “relevância disciplinar da conduta” da procuradora-geral adjunta.

“Na sequência da publicação do artigo em referência [no jornal Público] e de exposição remetida pelo Diretor do DCIAP, a Procuradora-Geral da República determinou a instauração, nos termos do artigo 264.º do Estatuto do Ministério Público, de processo especial de averiguação, visando aferir da relevância disciplinar da conduta da subscritora daquele”, refere a nota da PGR à Lusa.

Ainda segundo a PGR, “a Procuradora-Geral da República [Lucília Gago] deu conhecimento de tal instauração ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) na sessão do plenário de 22 de novembro”.

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