JMJ: Marcelo diz que é importante é que “a segurança funcione” durante a jornada

Agência Lusa , MM
30 jul 2023, 13:58

Presidente da República diz que acredita no sucesso do evento. Quanto às críticas ao investimento de público, Marcelo diz que se deve olhar para a JMJ como uma grande campanha de marketing de Portugal.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este domingo que a segurança privada “tem as suas limitações” e que o importante é que “a segurança funcione” durante os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Referindo-se à intervenção do artista Bordalo II, que estendeu uma "passadeira da vergonha", composta por representações de notas de 500 euros, no palco-altar no Parque Tejo, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que esse episódio ocorreu “quando era segurança privada ainda a tomar conta, não segurança pública”.

A segurança privada estava ao serviço “precisamente para que se não dissesse que o Estado estava a intervir cedo demais, substituindo-se aos promotores e aos responsáveis pela iniciativa”, justificou, em declarações aos jornalistas, em Vila Viçosa, no distrito de Évora.

No seu entender, “o fundamental é que nestes dias que estão a começar, e sobretudo nos dias cruciais, que são os dias em que o Papa está em Portugal, a segurança funcione, as pessoas contribuam para isso”.

O Presidente da República disse esperar que as pessoas “não tenham a obsessão da segurança, mas tenham o bom senso na segurança”, e que tudo “corra bem para Portugal”.

“Se correr bem, ganham todos os portugueses. Se correr mal, perdem todos os portugueses, os que estão no Governo e os que estão na oposição”, frisou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que o episódio da “passadeira da vergonha” aconteceu “de acordo com o humor nacional” e considerou que “a crítica em democracia é sempre possível”.

“Aquela é uma crítica com humor. Uns gostam, outros não gostam. Uns apreciam o lado crítico, outros ficam ofendidos, mas isso é democracia”, sublinhou.

Bordalo II estendeu a "passadeira da vergonha” numa crítica aos “milhões do dinheiro público” investidos para receber o Papa na JMJ.

A instalação intitulada "Walk of Shame" ("passadeira da vergonha", numa tradução livre para português], composta por reproduções 'gigantes' de notas de 500 euros em sequência, foi divulgada pelo artista português na rede social Instagram, com imagens da produção e instalação no palco-altar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo.

“Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a 'tour' da multinacional italiana. Habemus Pasta”, pode ler-se na publicação do artista.

O palco-altar no Parque Tejo esteve envolvido numa polémica sobre o seu custo, que resultou, em fevereiro, na redução do valor de 4,2 milhões de euros para 2,9 milhões - assegurados pela Câmara de Lisboa.

Ajustes diretos são “forma expedita de pôr jornada de pé"

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os ajustes diretos são uma forma expedita de pôr de pé a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e disse acreditar que estão a ser cumpridos os limites legais.

Quando “ficam coisas para a última hora, só há uma maneira de pôr de pé: é recorrer a formas expeditas de contratação”, afirmou hoje o Presidente da República, considerando que se assim não for a JMJ não ficaria pronta.

Questionado sobre as polémicas em torno dos ajustes diretos no âmbito da JMJ, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser “muito difícil pôr de pé umas jornadas, sobretudo depois da pandemia, porque houve de repente um adiamento que parou tudo em geral, no Mundo, na Europa e em Portugal”.

Lembrando que “pelo meio houve mudanças na liderança da Câmara de Lisboa”, o Presidente da República admitiu que “houve um arranque muito em cima do acontecimento”, levando a que tenham ficado “coisas para a última hora”.

Em declarações aos jornalistas, Marcelo lembrou que “a maior parte dos ajustes diretos” foram alegadamente nos últimos meses” e reconheceu que o ideal seria que as adjudicações fossem feitas “com mais tempo, noutras circunstâncias”.

Ainda assim, disse acreditar que terão sido cumpridos “os limites legais”.

Visita a Fátima em 2017 marcou o Papa e levou-o a escolher Portugal

O Presidente da República disse ainda que a visita a Fátima em 2017 marcou o Papa de tal forma que o levou a escolher Portugal para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“Essa primeira vinda foi muito importante para na cabeça do Papa ficar presente” a possibilidade de Portugal receber a JMJ, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, aos jornalistas, em Vila Viçosa, no distrito de Évora.

Em 2017, o o Papa Francisco visitou Fátima pela primeira vez.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “é muito raro um bispo ou um cardeal não ter ligação nenhuma com Fátima e, portanto, ligação próxima com Portugal”.

“Eu acompanhei o processo desde o início. Tive um encontro com o Papa logo a seguir a ter tomado a primeira posse. E o Papa logo me disse que vinha a Fátima, mas pediu-me segredo, porque havia melindres com outras deslocações”, contou aos jornalistas, referindo-se à primeira visita de Francisco a Fátima.

O Chefe de Estado recordou que, quando o Papa ia embora de Portugal em 2017, lhe disse: “De facto, fiquei muito marcado por aquilo que vivi”.

“Foi muito curto, foi muito intenso, mas ficou marcado. Pelos vistos, ficou tão marcado que deu substância depois à decisão, que só a pandemia adiou, de fazer cá esta Jornada Mundial da Juventude”, acrescentou.

A visita do Papa Francisco, de quarta-feira e até dia 06 de agosto, para a Jornada Mundial da Juventude, é a sétima de um pontífice em funções a Portugal, com Fátima como denominador comum.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.

O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

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