De viagem para a China, técnico fala do Benfica Técnico viajou para China e lembra que Camacho tem estatuto para obrigar Filipe Vieira a negociar.
Toni viajou esta segunda-feira para a China. O treinador vai reunir-se com o presidente do Shenyang Ginde para ver como estão as coisas. É que, nos últimos dias, o general manager foi despromovido, dois treinadores chineses da equipa técnica que o português lidera abandonaram o clube, o jogador Eliseu também já não lá mora e parece que a continuidade do ex-sportinguista Ayew está igualmente em dúvida.
É este cenário que Toni vai encontrar, sabendo que sem estes dois jogadores a sua missão no campeonato asiático fica muito complicada. O técnico também não perdeu muito tempo com despedidas e levou alguns jornais porque sabe que pode estar em breve de regresso.
Antes de embarcar, Toni negou que vá aproveitar a situação que se vive na China, devido à pneumonia atípica, para voltar a treinar em Portugal: «Não, isso não é verdade. Posso ir para a Ásia ou outro sítio qualquer. Quando se gosta de treinar, treina-se aqui, na China ou no Vietname. O Calisto deve estar a viver uma experiência única, num país que esteve tantos anos mergulhado na guerra. Está à frente de um clube e da selecção e acumula experiências irrepetíveis. As pessoas sabem que tenho contrato, não quero cortar com ele unilateralmente. Estive aqui dez dias e não negociei com ninguém. Tive mais conhecimento do que se passava no futebol português quando estive na China do que no tempo que estive aqui. Foi tudo a correr, só comprei duas vezes os jornais. Levo aqui os desportivos para ler porque pode ser que numa semana, num mês ou em 10 dias estejamos a falar aqui outra vez.»
«Camacho tem estatuto para emparedar Filipe Vieira a negociar»
O técnico comentou ainda as mudanças que encontrou no país neste curto regresso. «É a mudança da continuidade. Os casos que, infelizmente, acontecem em Portugal vão abafando o que se passa no futebol português. E ainda bem que coisas como a pedofilia e a corrupção ocupam o lugar que devem. Os sucessos do F.C. Porto e do Rui Costa formam uma página de ouro para o futebol português. No F.C. Porto está de parabéns o seu mentor, o homem que deu corpo e alma àquela equipa, que é José Mourinho», confiou.
Toni analisou ainda o momento do seu Benfica, que continua sem decidir sobre a continuidade de Camacho. «Já toda a gente deve ter percebido que o Benfica tem um grande desafio pela frente: um novo estádio, o centenário e ser campeão passados 10 anos. Para isso, é preciso um treinador que tenha empatia com sócios e jogadores. Falta uma engenharia financeira para chegar a acordo com Camacho e ao mesmo tempo dar-lhe mais uns ovos, que até podem ser de avestruz, para dar umas boas omoletas. Falta mais alguma qualidade para enfrentar este desafio. Camacho tem um estatuto que lhe permite emparedar o Luís Filipe Vieira a negociar, ele que é um negociante por excelência.»
