Novo diretor nacional da PSP quer uma polícia "cada vez mais próxima do cidadão"

10 mai, 11:30

Luís Carrilho sucede a Barros Correia que esteve oito meses no cargo

Foi o seu primeiro discurso enquanto diretor Nacional da PSP e as suas primeiras palavras enquanto diretor Nacional foram para a PSP e para o "camarada" Barros Correia, a quem agradeceu "a confiança" pela nomeação para comandante da Unidade Especial de Polícia, assim como "todo o seu empenho e dedicação no cargo de Diretor Nacional e também pela sua brilhante carreira, pelo brilhantismo e humanismo que nos trouxe".

Depois, numa nota pessoal e de voz embargada, Luís Carrilho agradeceu à família. "Aos que já partiram, o meu pai, o subchefe principal, Miguel Carrilho, e à minha mãe, Fernanda, à minha família, aqui presente hoje, à minha mulher, Fátima, e às minhas filhas, Sara e Marta, pela presença neste teatro solene e, acima de tudo, pelo seu permanente e imprescindível apoio. Estiveram sempre a meu lado, em Portugal e no estrangeiro. A credibilidade da minha nomeação também lhes, também vos pertence."

Perante Margarida Blasco e Luís Montenegro, o superintendente Carrilho garantiu que vai dar o seu "melhor para acrescentar valor na vida das pessoas da Polícia de Segurança Pública, tanto ao nível profissional como social".

"Poderemos, assim, contribuir para o fortalecimento da nossa sociedade, para o fortalecimento do cumprimento da nossa missão. É uma honra servir Portugal na Polícia de Segurança Pública e contribuir na área da Segurança Pública para que o nosso país seja e continue a ser um dos mais seguros do mundo. Podem contar com a minha total lealdade e dedicação. A missão da nossa instituição continuará a ser sempre, sempre, a proteção e a segurança da população", afirmou, dizendo que podem contar consigo e que conta "com todos".

No discurso, Carrilho lembrou ainda que a PSP "tem evoluído constantemente para enfrentar os desafios de um mundo em persistente mudança, adaptando-se às novas realidades e tecnologias", até porque têm de ser "cada vez mais próximos do cidadão".

"Para o alcance de uma Polícia mais próxima do cidadão, mais moderna e com um papel primordial na segurança nacional e na sua afirmação, no contexto internacional e no contexto nacional, apostaremos em vários níveis e em vários setores estratégicos. Reforçar o sentimento de segurança dos nossos concidadãos e de quem nos visita. Incrementar o policiamento de proximidade em toda a área de responsabilidade da Polícia de Segurança Pública", afirmou, lembrando a necessidade de "apostar na formação inicial e contínua dentro da instituição", até porque a "Polícia de Segurança Pública é um instrumento capital de política interna e também um poderoso instrumento de política externa".

Luís Carrilho sucede a José Barros Correia, que estava no cargo de diretor nacional da PSP desde setembro de 2023, que foi exonerado na segunda-feira pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que ainda não explicou os motivos desta exoneração.

O diretor nacional cessante esteve presente na cerimónia como civil uma vez que já está na pré-reforma.

A ministra justificou a aposta em Luís Carrilho como “o novo homem” para fazer uma “reestruturação profunda” na PSP.

Luís Carrilho, que desempenhava funções de comandante da Unidade Especial de Polícia e com uma carreira internacional, nomeadamente das Nações Unidas, assume funções à frente da direção nacional da PSP numa altura em que decorrerem negociações entre o MAI e os sindicatos para a atribuição de um suplemento aos polícias.

Na semana passada o MAI apresentou uma proposta que desagradou aos sindicatos, estando prevista para a próxima semana mais uma reunião, mas as estruturas sindicais já ameaçaram abandonar as negociações caso o Governo não apresente uma nova proposta.

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados