Três ex-bailarinas levam Lizzo a tribunal. Cantora é acusada de assédio sexual e fat-shaming

2 ago 2023, 19:26
Lizzo (Photo by Amy Harris/Invision/AP, File)

Lizzo atuou no festival NOS Alive em julho

Arianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez colocaram, esta quarta-feira, o nome de Lizzo nas bocas do mundo: as três ex-bailarinas acusam a cantora norte-americana de assédio sexual e laboral, de criar um ambiente hóstil nos ensaios e de fat-shaming, após alegadamente ter despedido uma das bailarinas depois desta ter ganhado peso.

Segundo a CNN Internacional, foi apresentada uma queixa no Tribunal Superior de Los Angeles, queixa essa que visa ainda a produtora Big Grrrl Big Touring, Inc. (BGBT) e uma pessoa descrita como “líder do elenco de dança”, que se crê que se trate de Shirlene Quigley, criadora das coreografias da vencedora de quatro Grammy (assim como de outros artistas, como Beyoncé e Rihanna).

Conta a NBC que Quigley é acusada de fazer proselitismo, ridicularizar aqueles que fizeram sexo antes do casamento e de partilhar as suas fantasias sexuais, descritas como obscenas, simulando atos de sexo oral.

Entre as alegações apresentadas no processo, ao qual a CNN Internacional teve acesso, uma das três queixosas disse que foi encorajada pela cantora a tocar “em artistas nus” enquanto estava no bar Bananenbar, no Red Light District, em Amesterdão. O episódio terá acontecido em fevereiro, durante a digressão da artista, e a queixosa diz que acabou por “concordar” por temer retaliações, embora garanta que, por várias vezes, disse que não queria fazê-lo.

A acusação diz que Lizzo terá começado “a convidar os membros do elenco para se revezarem a tocar nos artistas nus, pegando em dildos retirados das vaginas das artistas e comendo bananas que saíam das vaginas das artistas”, cita a NBC. Lizzo terá centrado a sua atenção em Arianna Davis “e começou a pressioná-la a tocar os seios de uma das mulheres nuas”.

Segundo ainda a NBC, o processo que deu entrada na justiça norte-americana afirma que as festas pós-concertos de Lizzo eram rotineiras, mas não obrigatórias. Porém, aqueles que compareciam eram favorecidos pela cantora.

Outra das queixosas acusa a cantora de 35 anos, cujo nome verdadeiro é Melissa Viviane Jefferson, de fat-shaming e de ter sido despedida por ter ganhado peso, situação que levou a críticas por parte de Lizzo.

Importa recordar que a cantora tem hasteado a bandeira do body-positivity (positividade corporal), expressando isso nas suas músicas, nas suas entrevistas e até nos seus espetáculos, em que as bailarinas são maioritariamente plus-size. A bailarina em causa acusa Lizzo de a ter obrigado a “explicar o ganho de peso e a divulgar detalhes pessoais íntimos sobre a sua vida”, tudo em troca de conseguir “manter o seu emprego”. O episódio terá acontecido após uma apresentação no festival de música South by Southwest (SXSW).

Na acusação levada esta semana a tribunal lê-se ainda que a artista cria um ambiente de trabalho hostil e que são vários os episódios de discriminação racial e religiosa, embora aqui não se saiba se a acusação é exclusiva a Lizzo ou aos outros envolvidos, sabe-se apenas que um elemento da produtora BGBT discriminou os dançarinos negros e repreendeu-os por um alegado comportamento “inaceitável e desrespeitoso”.

A cantora terá obrigado o grupo de dançarinos a treinar durante 12 horas consecutivas, sem pausas para necessidades, depois de ter feito acusações de que estavam alcoolizados.

Para já, nenhum dos acusados neste processo prestaram declarações, mas Lizzo começa já a sofrer algumas consequências e a primeira chegou por parte de Beyoncé, que costumava incluir o nome de Lizzo na menção às mulheres negras que faz na música Break My Soul (Queen’s Remix), mas decidiu não fazê-lo no concerto desta terça-feira.

Lizzo atuou no festival NOS Alive em julho.

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