“Túnel do Campo Grande era uma piscina com três metros de profundidade”. Carlos Moedas deixa apelo aos lisboetas: não arrisquem

8 dez 2022, 10:40

Autarca fez ponto de situação das inundações em Lisboa, onde se registaram mais de 300 ocorrências. Carlos Moedas diz que uma chuva a esta escala não se via desde 2014. A solução passa por obra estrutural que vai começar em março

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, apelou aos lisboetas que não arrisquem entrar nos túneis da cidade se voltar a dar-se um episódio de chuva intensa e inundações como o que se verificou na noite desta quarta-feira.

“Às 02:30, o túnel do Campo Grande era como se fosse uma piscina com três metros de profundidade. A nossa angústia, a minha angústia, foi pensar o que poderia estar aqui com três metros de profundidade”, exemplificou.

Por isso, o autarca insistiu no apelo: “Se isto voltar a acontecer. E vai voltar a acontecer. É inevitável com as mudanças climáticas. Assim que virem que um túnel começa a ter um pouco de água, não passem com o carro. Não arrisquem”.

No ponto de situação, Carlos Moedas revelou que se verificaram mais de 300 ocorrências em Lisboa. “Vi as coisas muito complicadas por volta da meia-noite”, confessou.

Solução passa por obra estrutural

A quantidade de chuva que caiu em Lisboa na noite desta quarta-feira é algo que não se via há vários anos. “Choveu 87 milímetros de água, algo que não se via desde 2014. Esse tipo de alerta não existia na cidade desde 2014. Mas, nos últimos 3 meses, tivemos três eventos desta natureza. As mudanças climáticas existem. As mudanças climáticas estão para ficar”, afirmou Carlos Moedas.

A solução para este problema das inundações, que é recorrente em Lisboa, passa pela construção de túneis de drenagem, com cinco metros de diâmetro, que “permitia escoar toda esta água”. Um eixo da obra ficará entre Campolide e Santa Apolónia e outro eixo entre Chelas e Beato. Carlos Moedas confirmou que as obras, já aprovadas, vão “começar já em março”, devendo estar concluídas até 2025. “Isso vai permitir estarmos preparados no futuro”, insistiu.

Se abandonou o carro na rua e não o encontra, contacte a Polícia Mundial

Quando confrontados com a força das águas, vários condutores acabaram por abandonar a viatura nas ruas. Por isso, se esta manhã voltarem ao local e não encontrarem o carro, devem contactar a Polícia Municipal, explicou Carlos Moedas.

No concelho, foram resgatadas 14 pessoas. Carlos Moedas não tem indicação de pessoas desalojadas.

O município vai agora avançar com uma avaliação dos danos, não afastando a possibilidade de apoiar os comerciantes que acabaram prejudicados pelas inundações, tendo em conta que é um “fenómeno extremo”.

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