Marcelo deslocou-se às zonas inundadas de Lisboa. Autoridades falharam? "Não sei, às vezes há previsões que não se confirmam"

8 dez 2022, 01:43

Ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Moedas reiterou que a Câmara Municipal de Lisboa tem todos os meios no terreno e garantiu que a obra dos túneis de drenagem vão arrancar em março de 2023

O Presidente da República deslocou-se esta noite até Alcântara, uma das das zonas afetadas por inundações, mas mesmo perante o cenário catastrófico que tinha em frente não quis imputar responsabilidades às autoridades.

"Não sei se falharam, às vezes há previsões que não se confirmam", disse aos jornalistas, acrescentando ainda que este caos na região da grande Lisboa não poderia ter sido acautelado, mas, ainda assim, reconhece "que há obras estruturais que são fundamentais para resolver o problema". 

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que estava fora da capital e ficou "surpreendido". "O problema é mais vasto do que Lisboa, mas em Lisboa, ao final da tarde, início da noite, percebi que a situação estava mais grave", sublinhou.

Sobre a vítima mortal - uma mulher de 55 anos - fez questão de deixar os seus sentimentos à família. Quanto à restante população: "A palavra é de solidariedade total. As pessoas sofreram danos pessoais, danos profissionais, nas pequenas lojas, nas suas médias lojas, naquilo que é a sua atividade profissional".

Marcelo Rebelo de Sousa relembrou "uma coincidência curiosa": o facto de a Assembleia Municipal de Lisboa ter aprovado na quarta-feira "um coletor para escoamento de águas, que é uma obra estrutural".

Carlos Moedas: "Vamos evitar estas cheias de uma vez por todas"

Ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Moedas reiterou que a Câmara Municipal de Lisboa tem todos os meios no terreno e salientou que foi aprovada esta quarta-feira em Assembleia Municipal a "obra dos túneis de drenagem", que vai arrancar em março de 2023.

Em causa estão dois túneis de drenagem que atravessam a cidade a 70 metros de profundidade: um entre Campolide e Santa Apolónia e outro de Chelas ao Beato.

"Fala-se desta obra há 20 anos. Vamos evitar estas cheias de uma vez por todas", afirmou o autarca, sublinhando que "o melhor que podemos fazer é arrancar já". Prevê-se, contudo, que a obra esteja concluída em 2025.

"Esta é a solução que temos", finalizou. 

Proteção Civil eleva estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) elevou esta quinta-feira o estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém até às 14:00 devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, disse ainda que Leiria, Beja, Évora e Portalegre encontram-se em alerta amarelo.

Falando na sede da ANEPC em Carnaxide, em Oeiras, André Fernandes indicou que no distrito de Lisboa e Setúbal há várias estradas e linhas de comboio cortadas.

"Temos as vias cortadas no IC 20. No acesso à Costa da Caparica, no distrito de Setúbal, temos a radial de Benfica, em Lisboa, cortada em ambos os sentidos por inundação e temos a circulação [ferroviária] interdita na Linha do Norte, entre Oriente e Alverca", adiantou.

Também o acesso às estações de comboio, nomeadamente na Linha de Cascais, em Algés, está cortado. "A Linha de Sintra, na estação da Amadora, também está cortada por inundação", sublinhou.

André Fernandes acrescentou que os acessos às estações de Alcântara e Campolide, em Lisboa, estão interditos devido a inundação.

Relacionados

Política

Mais Política

Patrocinados