Mourinho e o Sporting: «Não espero carinho nem hostilidade particulares»

29 set 2014, 11:49
José Mourinho [Reuters]

Treinador diz em entrevista ao Record que tem enorme orgulho em ter passado por Alvalade, elogia a liderança de Marco Silva e destaca motivação de Nani

José Mourinho está de volta a Portugal: é a terceira vez na carreira que defronta equipas portuguesas, depois de já o ter feito (sem nunca ter perdido) duas vezes com o FC Porto.

«Se me disseres que é igual jogar em Portugal ou jogar em Espanha ou França, não é seguramente a mesma coisa. Durante o jogo, sim, se calhar até me esqueço onde estou e com quem estou a jogar. Mas antes e depois será um bocadinho diferente», admitiu.

«No fundo será sempre um jogo de Champions - e para mim já são tantos... Para o Sporting é o regresso a uma competição da qual está fora há uma série de anos. Para o sportinguista é juntar o útil ao agradável, ou seja, o regresso do Sporting e frente a uma das grandes equipas. Estão pois criadas supercondições para ser uma grande noite.»

O treinador falou em entrevista ao Record, recordou o orgulho com que representou o Sporting quando foi adjunto de Bobby Robson e lamentou o despedimento que matou o sonho de uma grande equipa de ser campeã. Por isso não espera ser mal recebido.

«Sinceramente, nem bem nem mal. Ser recebido com carinho especial, não estou à espera, pois, de facto, não fiz nada pelo Sporting. Limitei-me à minha insignificância e a ser o faz-tudo com todo o coração e orgulho. Também não espero ser recebido com hostilidade particular, pois nunca deixei de demonstrar que tenho o maior respeito pelo Sporting e o maior orgulho de que um pedacinho da minha carreira tenha sido feito lá.»

«Vi um bom Sporting no clássico, que quis ter a iniciativa de jogo»


Numa análise mais profunda ao adversário do jogo desta terça-feira, José Mourinho começou por referir-se ao clássico com o FC Porto da passada sexta-feira.

«Vi um bom Sporting», sublinhou. «Esteve melhor na primeira parte do que na segunda, mas foi sempre um bom Sporting. Teve uma atitude a demonstrar ambição e a mostrar que queria ganhar. Foi evidente que a equipa quis ter iniativa do jogo.»

«A ideia que tenho é que o Sporting é uma equipa coerente. E quando digo coerente, acho que estou a elogiar. Apesar de serem equipas e treinadores diferentes, acho que existe uma ligeira continuidade do ano passado para esta época.»

«Não só porque se mantiveram muitos jogadores mas também porque o próprio pragmatismo e estrutura me parecem similiares. É uma equipa que tem bons jogadores e que considero que tem condições neste grupo para lutar pela classificação.»

Não conhece pessoalmente Marco Silva, acrescenta, e por isso tem reservas em falar de quem não conhece, mas do que já conseguiu ver, há que elogiar o treinador leonino.

«Não tive o prazer sequer de o cumprimentar. O que é objetivo, e disso posso falar, é o que fez no Estoril. Os resultados, a estabilidade, a qualidade do jogo, a serenidade da sua liderança e comunicação. Fez um trabalho admirável e isso eu posso avaliar com todo o respeito», referiu.

«Nani deve estar muito motivado para relançar a carreira»

Por fim, Nani. O cabeça de cartaz do Sporting deixou Inglaterra no fim do último mercado de transferências, proporcionando um regresso a casa pouco normal.

«Deve ter sido em circunstâncias especiais, mas o que conta é que o Sporting tem um jogador de grande qualidade nos melhores anos da carreira. Deve estar muito motivado para relançar a carreira e voltar ao Manchester United», referiu.

«Normalmente os jogadores querem jogar sem perder dinheiro. Às vezes as duas situações não são fáceis de conciliar. Neste caso o Manchester United, com um novo treinador a querer reformular o plantel, presumo que deve ter havido interesse do clube para que o Nani saísse. Se o jogador é beneficiado com isso, não sei. Se o Manchester sai beneficiado, também não sei. Que o Sporting é beneficiado com isso, é de certeza absoluta.»

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