Empresário considera que há várias interpretações sobre o mesmo regulamento
Habituado às transferências internacionais, o empresário Paulo Barbosa não está totalmente satisfeito com as leis impostas pela FIFA. Segundo ele, existem muitas dúvidas, que levam as Federações a terem interpretações diversas sobre casos iguais.
«Existem algumas incongruências, como a dúvida sobre o facto de só poder ser feita uma inscrição por ano. Existe uma grande confusão em termos jurídicos, pois não se sabe se um jogador inscrito em Itália pode ser transferido em Janeiro para outro clube. A própria FIFA não sabe o que fazer com esta situação o que cria dificuldades à livre circulação de pessoas adoptada pelas leis comunitárias», começou por referir. Essas transferências só serão possíveis «se passarem seis meses da última inscrição, o que é complexo, pois já nem se sabe se se considera um ano civil ou a época desportiva».
Afirmando que o sistema, como está implementado, «tem deficiências», aponto o exemplo de Joca, que «tentou rescindir com o Setúbal, mas já não pôde», pois não lhe era permitido regressar ao F.C. Porto. «Os trabalhadores hoje, mais do que nunca, precisam de colocação e capacidade negocial», avisa, chamando, ainda, a atenção para a hipótese dos clube «não pagarem e jogador não pode sair, pois se sair necessita de justa causa, o que demora sempre muito tempo a provar».
Reconhecendo que «no mercado internacional e nacional sentem-se as dificuldades», conta que, no seu caso, nem sequer foi muito afectado pela crise, uma vez que tem optado pelas «transferências pontuais». O caso de Paulo Madeira, que assinou pelo Fluminense, é o caso mais flagrante de ousadia e imaginação, pois «vai ser o primeiro jogador português naquele clube histórico, o que traz uma enorme mediatização, para além de ser caricato o facto de não jogar no Vasco da Gama, que é o clube dos portugueses no Rio de Janeiro». Essa «visibilidade» terá os seus efeitos práticos já neste fim-de-semana, com o ex-benfiquista a participar do empolgante Fla-Flu.
