Este amarelo não pinta bem
Este amarelo mudou de pintor, mas continua a não pintar bem.
Na receção ao Vizela, o Estoril somou a quarta derrota consecutiva na Liga, à 23.ª jornada, e agravou a crise, na partida que marcou a estreia de Ricardo Soares no comando técnico dos canarinhos.
Uma chicotada psicológica pouco eficaz... até ver
Não há milagres, e também não há obreiros que mudem uma empreitada em poucos dias. Ou em palavras mais futebolísticas, as chicotadas psicológicas não são uma ciência exata: umas vezes resultam, outras nem tanto.
A que os jogadores do Estoril sofreram nos últimos dias, até ver, não resultou.
Ricardo Soares, diga-se, também teve o cuidado de não querer procurar esse milagre. Face à derrota de há uma semana em Alvalade, o técnico de 48 anos não fez qualquer alteração ao onze inicial. Do outro lado da barricada, Tulipa só mudou porque foi obrigado: os castigados Anderson e Claudemir foram substituídos por Ivanildo e Pedro Ortiz.
Vizela, competência q.b.
Ao Vizela, refira-se, nem foi preciso grande arte e engenho para se recolocar no trilho das vitórias, quatro jornadas depois. Uma equipa muito mais sólido nesta altura do campeonato, os vizelenses foram competentes o quanto baste na defesa, e no ataque aproveitaram tudo o que o Estoril deu – e não foi assim tão pouco.
Não houve superioridade para ninguém nos primeiros minutos, mas o primeiro tiro nos pés foi dado pelos homens da casa, e de forma inusitada.
Pedro Álvaro fez o que não devia e entregou a bola em zona proibida, o insólito fez o resto. O corte de Gamboa bateu em Mexer, a bola sobrou para Samú e o médio dos forasteiros entregou de bandeja o 1-0 a Osmajic.
Seria um golpe duro para qualquer equipa, pior ainda para um Estoril a atravessar a pior fase da época. Um golpe do qual, aliás, o conjunto da Linha não mais soube recompor-se.
Até porque quando tudo corre mal, tudo corre mal. A quatro minutos dos 45, Joãozinho quis muito impedir o segundo golo, mas acabou a meter ele a bola dentro da própria baliza.
Tomás Silva ainda carregou mais na ferida
Com uma vantagem de 2-0, o Vizela pôs-se como quis no jogo. A bola queimava nos pés dos jogadores de Ricardo Soares, que só por um breve período, sensivelmente a meio do segundo tempo, conseguiu colocar Buntic em sentido.
Mas só isso.
Do outro lado, Tomás Silva ainda teve engenho para castigar mais a ferida estorilista, com o 3-0 a sete minutos dos 90.
Voltamos ao início: no Estoril, a obra mudou de pintor, mas o amarelo ainda não pinta bem. Ao contrário do azul de Vizela, que dá cor agora na nona posição da tabela classificativa.