Desp. Chaves-Benfica, 1-0 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, Chaves
15 abr 2023, 20:32

Águia vai Abass na corrida ao título

Em Chaves, o Benfica não podia ter ido mais Abass na luta pelo título.

Um golo do ganês, no quarto de cinco minutos de compensação, derrotou a águia e acentuou o choque de realidade para a equipa de Roger Schmidt.

Depois das derrotas com FC Porto e Inter de Milão, o empate já era percalço quanto-baste para o líder. A derrota ainda mais. Em duas jornadas, a liderança passa de dez para quatro pontos.

Uma exibição longe de encher o olho, em muitos momentos até previsível, demonstrou que o Benfica tem ainda uma verdadeira montanha para escalar até ao título. Sobretudo quando o contexto é o de momento mais difícil da época.

À águia faltaram mais soluções. Ora no coletivo, ora pela capacidade individual, para contrariar um Chaves competente, unido e solidário a defender nos muitos momentos em que isso foi preciso.

Sem Florentino, Schmidt colocou Aursnes na linha de Chiquinho e lançou David Neres no onze. Na primeira parte, praticamente só algumas ações individuais do brasileiro permitiram criar desequilíbrios. As subidas de Grimaldo pela esquerda também deram algum caudal ofensivo à equipa. Mas faltava mais. Muito mais. De Gilberto a João Mário. De Rafa a Gonçalo Ramos.

Era daquelas tardes em que um golo, talvez, libertaria toda a pressão da última semana.

Mas esse golo não aconteceu. Por mais posse, remates ou cantos.

Até ao intervalo, e já após um remate de Rafa, sobrou para registo a excelente ocasião de António Silva. Neres e Gilberto trabalharam na direita, mas o central errou o alvo em boa posição (30m).

A linha que separa a águia: do golo e do título

O golo que o Benfica tanto procurava foi como que a montanha mais difícil de escalar em Chaves.

Foi tanto a linha que separou a águia da vitória, como a que a separa agora da resposta que impera para reconquistar a Liga. Tão perto, mas ainda longe.

Na segunda parte, começou por ser a linha que Bruno Langa traçou ao remate com selo de golo a João Mário e que impediu o 1-0 logo a abrir uma segunda parte de início turbulento.

Mais tarde, foi a linha que Paulo Vítor traçou a Otamendi, na compensação, impedindo um golo iminente ao argentino, antes de o Benfica ir totalmente Abass com o golo sofrido.

Pelo meio, Juninho inventou um lance entre três adversários, superou Otamendi em velocidade e só Vlachodimos negou o golo à melhor ocasião do Chaves. A única, antes do golo.

Campelos já tinha mexido quando Schmidt fez a primeira substituição ao trocar Neres por Guedes ao minuto 70 e, mais tarde, Tengstedt e João Neves por troca com João Mário e Ramos - que tiveram uma tarde não - e ainda Musa.

O Chaves aguentou um certo sufoco na parte final, defendeu-se bem e abriu a porta da vitória em cima da hora.

Otamendi, que pouco antes quase dava a vitória ao Benfica, recebeu mal, escorregou e Abass deitou abaixo o Benfica.

A águia continua a depender de si, mas tem de voltar a ser o que já foi esta época para conseguir escalar a parte mais íngreme da montanha para o grande objetivo. 

Em Chaves, ficam os três pontos que a águia precisava como de pão para a boca e que acabam a saciar a manutenção dos transmontanos na Liga.

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