V. Setúbal-Académica, 0-0 (crónica)

8 fev 2015, 18:21
V.Setúbal-Académica (LUSA/ Rui Minderico)

Quando se prova que jogar para o empate nem sempre compensa... Com este resultado, os estudantes cairam para o penúltimo lugar, em igualdade com o Gil Vicente.

* Por André Cruz Martins


Há uns anos, quando a vitória valia 2 pontos, a Académica estaria feliz na vida e numa posição confortável no campeonato. No entanto, o facto de ser a «rainha» das igualdades na corrente época (já vão 11 em 20 jornadas!) deixou de ser compensador e a equipa de Paulo Sérgio caiu para a penúltima posição, em igualdade pontual com o Gil Vicente. E isso nota-se mais quando se tem apenas uma vitória (!) obtida há muitos meses, em Arouca.

E não se pode dizer que tal castigo seja injusto para os estudantes, a avaliar pela atitude que mostraram esta tarde, no Bonfim, jogando apenas para o "pontinho". Só o V. Setúbal quis ganhar, mas, diga-se, também não fez assim tanto por isso: faltou discernimento à equipa de Bruno Ribeiro e (muito) maior poder de fogo, pois quatro oportunidades de golo em 90 minutos diante de uma equipa como a Académica é pouco... De qualquer forma, o técnico português continua sem perder, somando dois triunfos e três igualdades e mantendo a 14.ª posição.

Os sadinos exerceram domínio territorial desde o apito inicial de Fábio Veríssimo e logo nos primeiros minutos, ameaçaram a baliza de Cristiano, através de um cabeceamento de Miguel Pedro. No entanto, os adeptos que, nesse momento, ainda pensavam que iriam ter uma tarde animada de futebol, cedo perceberam que estavam enganados. As duas equipas logo enveredaram por um futebol lento e previsível e eram raríssimas as sitauções de perigo junto das duas balizas. Ainda assim, as poucas iniciativas de relevo eram todas da equipa da casa, com Miguel Pedro ativos pelos flancos e Suk a não dar um segundo de descanso aos centrais visitantes.

De forma caricata, foi Aníbal Capela a trazer alguma emoção e, pode mesmo dizer-se, fúria aos adeptos sadinos presentes no Bonfim. Aos 21 minutos, já depois de ter saído de campo, após ter sido assistido, decidiu reentrar... ao pé coxinho, logo se deitando no relvado. Decididamente, não dava para aguentar e foi rendido por Iago.

Um pontapé livre direto de Zequinha, ao poste, aos 36 minutos, foi a grande oportunidade da primeira parte e foi preciso esperar pelos descontos do primeiro tempo para assistirmos a uma jogada da Académica com cabeça, tronco e membros. Nuno Piloto, em plena grande área do V. Setúbal, finalizou esse excelente momento de futebol coletivo com remate perigoso.

No recomeço, Bruno Ribeiro procedeu a uma substituição, com Pelkas a render André Horta. A segunda parte começou animada, com o V. Setúbal bastante pressionante em busca da vantagem. Ao minuto 49, Suk obrigou Cristiano a excelente defesa, após trabalho na área e sucederam-se os pontapés de canto favoráveis à equipa da casa.

No entanto, foi sol de pouca dura e rapidamente a partida entrou no marasmo do primeiro tempo. Pelkas não trouxe a "magia" que tínhamos observado no último jogo com o Boavista, Zequinha não estava em tarde inspirada (com exceção do fantástico "tiro" ao poste) e aos sadinos valia, essencialmente a raça de Suk, um ponta de lança talhado para mais altos voos.

O V. Setúbal dominava, mas sem criar perigo e a Académica conseguia "aguentar" a igualdade. E a expulsão de François, aos 85 minutos, por acumulação de amarelos (decisão correta) foi um rude golpe nas ambições sadinas. Até ao final, destaque para um bom remate de Rambé e para um livre perigoso para a baliza de Cristiano, já em período de descontos. É verdade, mesmo com dez foi o V. Setúbal a tentar ganhar num último fôlego...

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