Lahm e Guardiola, «a combinação certa para defender títulos»?

11 mar 2014, 10:40
Lahm e Guardiola

Foco no pequeno grande capitão do Bayern, de olho em algo inédito na era Liga dos Campeões

No Emirates, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões entre Arsenal e Bayern Munique, Philipp Lahm começou o jogo a lateral-direito. Na segunda parte, com o Arsenal reduzido a dez e o marcador ainda a zero, passou para o meio-campo, a fazer circular a bola, e fez as assistências para os dois golos do Bayern. No regresso da Champions, foco no pequeno grande jogador que Pep Guardiola diz ser o mais inteligente que viu jogar. Com Lahm a falar do que o treinador catalão acrescentou à equipa que já tinha ganho tudo na época passada e que procura este ano revalidar o título europeu, algo inédito desde que há Liga dos Campeões. 

Voltando a Londres, aos 55 minutos Lahm finalizou uma jogada coletiva do Bayern com um passe curto e na medida certa, sobre a direita, para Kroos fazer o 1-0. E aos 84m levantou a bola e colocou-a na cabeça de Muller. 2-0 para selar a superioridade dos alemães, que vão procurar arrumar o assunto esta terça-feira em casa, quando receberem os Gunners para a segunda mão. Na época passada o Arsenal conseguiu no Arena de Munique uma vitória inglória, por 2-0, depois de ter perdido por 1-3 em casa na primeira mão, mas se já na altura a equipa de Arséne Wenger não chegou, uma reviravolta frente ao atual Bayern, o super-favorito nesta edição da Liga dos Campeões, é uma montanha ainda maior.

Pep Guardiola conseguiu acrescentar algo ao Bayern de Jupp Heynckes que foi campeão europeu, campeão alemão, que ganhou a Taça da Alemanha. E no centro de tudo está Lahm. O capitão fala dessas mudanças numa entrevista ao magazine desta semana da UEFA dedicado à Liga dos Campeões. O mote é o tal elogio de Pep Guardiola ao seu capitão, feito em agosto passado. O facto de Guardiola já ter treinado, por exemplo, Xavi, Iniesta ou Messi, dá a medida do que vale esta opinião.

«Nas sessões de treino vi a qualidade que tinha quando vinha para dentro jogar. Tinha a qualidade de pensar depressa e tomar as decisões certas, porque conhece o jogo perfeitamente. Seja a lateral, seja a defesa central, seja a médio, o Lahm jogará sempre bem.», diz Guardiola.

A adaptação ao meio-campo do capitão dos campeões europeus em título, que ganhou tudo durante uma década a lateral, é a marca de água do novo Bayern Munique de Pep Guardiola. É também o símbolo da enorme versatilidade da equipa, que nos sete jogos até agora na Liga dos Campeões nunca repetiu um onze inicial. Ganhou seis desses jogos, só perdeu na última jornada com o Manchester City, é a equipa com mais posse de bola de toda a competição (65 por cento, contra 63 por cento do Barcelona). Já para não falar da Bundesliga, onde a qualidade e o jogo de posse e circulação do Bayern vulgariza qualquer rival e arrumou com qualquer ilusão de competitividade do campeonato.

Lahm diz que as novas ideias de Pep Guardiola eram exatamente o que a equipa precisava para se manter motivada, depois da fantástica época de 2012/13. «Temos um treinador novo, que trouxe muitas ideias novas, o que mantém toda a gente mais focada ainda. É a combinação certa para defender títulos», diz Lahm, antes da ressalva: «Mas todos sabemos como é difícil segurar este título.»

O capitão levanta a questão central. A última vez que alguém defendeu a Taça dos Campeões Europeus com sucesso foi em 1990, o Milan de Arrigo Sacchi. Na era Liga dos Campeões nunca um campeão europeu conseguiu revalidar o título. Será o Bayern de Guardiola a primeira equipa a consegui-lo?

A abordagem de Lahm ao novo papel que Guardiola lhe entregou (e que Joachim Low também já aproveitou na seleção alemã) é terra a terra. «Joguei como defesa durante muitos anos. Quando aparece algo novo, uma nova posição, temos de estar muito alerta. Claro que esta posição, jogar no centro, é diferente de jogar nos flancos. Mas experimentar algo novo é normalmente uma coisa boa. E tenho gostado muito.»

Serão conhecidas nesta terça-feira as duas primeiras equipas nos quartos de final. Uma sairá do Bayern Munique-Arsenal, a outra do Atlético Madrid-Milan, com os espanhóis também em vantagem depois de terem vencido fora. Apenas por 1-0, naquele que é o confronto menos desequilibrado nas decisões desta semana.

Na quarta-feira há mais dois jogos. Para o PSG o encontro do Parque dos Príncipes será um mero pró-forma, depois da goleada em Leverkusen na primeira mão. O outro encontro será o Barcelona-Manchester City. No Ettihad, o Barcelona acabou por arrefecer as expectativas em torno da equipa de Manuel Pellegrini e leva para o Camp Nou uma vantagem mais que confortável. É certo que desde Manchester, há três semanas, os «blaugrana» vacilaram, e muito, na Liga, perdendo dois de três jogos e caindo do primeiro para o terceiro lugar. Mas os «Citizens» também, acabam de vir de uma eliminação na Taça de Inglaterra. Além disso não terão no banco o treinador Manuel Pellegrini, suspenso depois das críticas ao árbitro no final da primeira mão.

Jogos da segunda mão dos oitavos de final:

Terça-feira, 11 março
Bayern Munique-Arsenal (2-0 na primeira mão), 19h45
At. Madrid-Milan (1-0), 19h45

Quarta-feira, 12 março
Barcelona-Manchester City (2-0), 19h45
PSG-Bayer Leverkusen (4-0), 19h45

Terça-feira, 18 março
Chelsea-Galatasaray (1-1), 19h45
Real Madrid-Schalke (6-1), 19h45

Quarta-feira, 19 março
B. Dortmund-Zenit (4-2), 19h45
Manchester United-Olympiakos (0-2), 19h45

Relacionados

Patrocinados