opinião

O luxo e a Covid

11 mai 2022, 07:00

Notas soltas

Durante dois anos, o mundo viveu dias cinzentos. A pandemia a isso nos obrigou. O isolamento foi forçado. As relações interpessoais passaram a ser escassas. O diálogo cara a cara esmoreceu. O teletrabalho impôs-se. A economia ressentiu-se. Muitos estabelecimentos foram obrigados a encerrar espaços físicos. Mas aumentou significativamente o comércio online. Segundo o relatório da Band Y Company, o comércio online passou de 12 por cento em 2019 para 23 por cento em 2020.

No caso da indústria de luxo, o mercado passou de uma facturação de 966 mil milhões de dólares em 2019 para 581 mil milhões em 2021. 

As marcas, as principais, tiveram que se reestruturar. Passado o momento mais duro da crise pandémica, os designers apostaram em cores fortes, vibrantes e alegres para simbolizarem uma certa  "libertação" . É essa a explicação para o facto das coleções de Primavera-Verão deste ano apostarem nos amarelos, laranjas, rosas, azuis fortes, verdes esmeralda. Há de tudo, tanto a preços astronómicos como nas marcas low cost.

E a juntar às cores, os motivos florais nos tecidos, texturas e designs. Tudo isto acontece em função das sombras provocadas pela Covid-19 na indústria. E os resultados deverão corresponder a essas expectativas: as previsões das consultoras são de que o mercado de luxo cresça 50 por cento este ano. 

O líder mundial, o grupo francês LVMH acaba de anunciar vendas record com lucros de 44 por cento. Será na Ásia que as vendas irão crescer mais, nomeadamente na China e nos chamados "tigres Asiáticos". 

A moda reflecte a vida das pessoas. As suas atitudes. Os seus comportamentos. O contexto individual e social. Neste caso, a saúde pública determina opções de estilo que procuram ir ao encontro dos consumidores. É o que está a acontecer.

Colunistas

Mais Colunistas

Patrocinados