Artigo de Amber Heard foi "catastrófico" para a carreira de Johnny Depp. Maior perda foi o contrato de 21,4 milhões em "Piratas das Caraíbas"

3 mai 2022, 10:14
Amber Heard (EPA/STEVE HELBER)

Agente do ator explicou em tribunal como o "relato na primeira pessoa" coincidiu com o afastamento do ator do sexto filme da saga. Já os advogados da atriz garantem que Depp teve perdas pela má publicidade gerada pelo seu mau comportamento. Julgamento do caso de difamação entra em semana decisiva e Amber Heard deve testemunhar no final da semana

Terceira semana do julgamento do caso que coloca Johnny Depp e Amber Heard frente a frente em tribunal. Esta segunda-feira, a primeira testemunha a ser ouvida foi o agente do ator, Jack Whigham, que considerou que o artigo da atriz no jornal Washington Post, no qual Heard se descreve como uma “figura pública a representar a violência doméstica”, foi "catastrófico" para a carreira de Depp.

De acordo com o testemunho de Whigham, citado pela Associated Press, a publicação do artigo, no qual Depp nunca é citado pelo nome, coincidiu com a perda de um acordo de 22,5 milhões de dólares (21,4 milhões de euros) referentes à sequela de “Piratas das Caraíbas”, na qual o ator iria participar.

“Foi um relato na primeira pessoa, extremamente impactante. Não foi de um jornalista, nem de um observador, foi de alguém a dizer ‘isto aconteceu-me a mim’”, afirmou Whigham sobre o artigo.

No interrogatório feito pelos advogados de Amber Heard, estes reagiram de forma agressiva, considerando que o artigo não teve consequências e que a perda foi provocada pela má publicidade gerada pelo mau comportamento de Johnny Depp. 

Johnny Depp em tribunal no dia 2 de maio (EPA/STEVE HELBER)

No testemunho, Jack Whigham disse ainda que, apesar das alegações feitas contra o seu cliente, Depp continuou a conseguir fazer alguns trabalhos em 2017, como foi o caso de "City Of Lies", pelo qual recebeu 8 milhões de dólares (7,61 milhões de euros), "Crime no Expresso Oriente", no qual recebeu 10 milhões de dólares (9,51 milhões de euros), e "Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald", em que recebeu 13,5 milhões de dólares (12,8 milhões de euros). De notar que o ator tinha assinado o contrato para estes trabalhos antes das acusações.

De acordo com a mesma testemunha, depois das acusações, Depp fez um grande esforço para conseguir qualquer trabalho e acabou por ser afastado do sexto filme de "Piratas das Caraíbas", para o qual tinha feito um acordo verbal com o diretor dos filmes da Disney, Sean Bailey, e o produtor Jerry Bruckheimer, no valor de 22,5 milhões de dólares (21,4 milhões de euros). O ator viria também a ser afastado da terceira parte de "Monstros Fantásticos".

A defesa de Amber Heard alega, no entanto, que o acordo para a sequela de "Piratas das Caraíbas" tinha caído antes do artigo ser publicado.

Mudança de equipa

Depois das manchetes negativas das últimas semanas, Amber Heard cortou ligações com a Precision Strategies, a empresa de relações públicas que tinha contratado para lidar com a comunicação social nas questões ligadas ao julgamento, disseram no domingo várias fontes à CNN Internacional.

A CNN entrou em contacto com um representante da Precision Strategies para obter um comentário. A Shane Communications, a empresa recém-contratada por Heard para gerir as comunicações no que toca ao julgamento, não fez comentários quando foi contactada pela CNN.

Segundo a NBC News, a atriz de 36 anos ficou "frustrada por a história não estar a ser contada da forma mais efetiva" e pela forma como as coisas estavam a ser tratadas, para além da quantidade de notícias negativas que saíam sobre si.

O caso, que começou a 11 de abril, deve durar seis semanas a ser julgado. Ao longo de quatro dias, Johnny Depp prestou depoimento, sendo confrontado com mensagens, vídeos e áudios das discussões enre o casal. Já Amber Heard deve ser ouvida no final desta semana.

Neste processo de difamação, Depp exige 46 milhões de euros à ex-mulher, tendo a atriz avançado com acusação semelhante, mas exigindo 93 milhões. 

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