Galamba, que não vai entrar em confrontos "botânicos" com Marcelo, responde assim a quem pede que se demita: "Era o que mais faltava"

CNN Portugal , MJC
14 jun 2023, 15:14

Ministro das Infraestruturas desvaloriza as palavras do Presidente da República

"Não vou entrar em considerações hermenêuticas sobre botância e vitivinicultura." Foi com estas palavras irónicas que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, respondeu aos jornalistas lhe pediram um comentário sobre declaração do Presidente da República - o qual, durante as comemorações do Dia de Portugal, disse que era necessário "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", referindo-se ao dano político que estas polémicas em torno da TAP têm na credibilidade de todo o Governo. E refira-se que Marcelo pediu a demissão de Galamba.

Questionado sobre se é "um ramo morto" ou se tenciona demitir-se, João Galamba respondeu: "Era o o que mais faltava! Sinto-me, aliás, um ministro com uma agenda bastante pesada e exigente e o meu dever é, todos os dias, dedicar-me a fazer bem o meu trabalho".

Também o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, pediu a demissão de João Galamba depois da audição do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, por supostamente (segundo o PSD) ter dado uma versão diferente da do ministro das infraestruturas na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP.  João Galamba considerou “um ato de desespero” as tentativas da oposição em pedir a sua demissão, adiantando encarar estes pedidos com “naturalidade e total indiferença” e garantindo não ter voltado a pensar em pedir demissão.

"As pessoas podem dizer o que quiserem mas a realidade geralmente sobrepõe-se ao que foi dito", disse o ministro. “O PSD pode dizer o que quiser. Quando um partido não tem grandes coisas a dizer sobre mais nada, é natural que se foque apenas no último ponto [da comissão parlamentar de inquérito à TAP] e já foi tudo dito. Já o disse várias vezes, qualquer pessoa que veja detalhadamente a minha audição e a do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro perceberá isso mesmo”, reiterou João Galamba. Questionado ainda pelos jornalistas sobre a acusação de ter mentido na CPI, João Galamba respondeu perentoriamente: “Eu não menti”.

"Acho que é um ato de desespero da oposição, que, como se tem visto, pouco ou nada tem a dizer sobre as questões que preocupam os portugueses", concluiu o ministro em declarações aos jornalistas após a cerimónia de lançamento da segunda fase de modernização do terminal de contentores de Alcântara, em Lisboa.

"Quando se está na via política há muitos anos, uma pessoa habitua-se a lidar com as críticas e com os elogios. Não me sinto minimamente afetado por isso", garantiu. "A minha preocupação é fazer o meu trabalho e fazê-lo o melhor que sei. O meu trabalho é demasiado importante para que os portugueses tenham um ministro que gasta tempo a comentar questões laterais e não dedica o seu tempo a fazer o seu trabalho. Essa é a garantia que dou aos portugueses: estou 100% focado no meu trabalho."

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