Discurso de Marcelo: PS saúda mensagem, PSD não comenta, Chega pede a Costa para “cortar os ramos infetados” e IL diz que “mandar recados não resolve os problemas”

CNN Portugal , DCT com Lusa, atualizado às 15:39
10 jun 2023, 15:27

Os partidos já reagiram ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Entre o silêncio e as saudações, só a Iniciativa Liberal foi dura nas críticas.

A reação dos partidos políticos ao discurso deste sábado de Marcelo Rebelo de Sousa não poderia ser mais distinta. Mesmo depois de o Presidente da República ter lançado farpas à estabilidade do Governo e de João Galamba ter sido vaiado à chegada da cerimónia de comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, o presidente do PSD preferiu não comentar. Já Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, não se poupou nas críticas.

“Não vou estar a falar hoje desse tipo de questões, hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo e quero também corroborar o que disse o Presidente da República, acredito muito no futuro de Portugal”, disse Luís Montenegro. Aos jornalistas, o social-democrata garantiu não estar “a colocar de lado” o tema Galamba e que  “esses casos merecem um tratamento político”, mas recusou-se a fazê-lo este sábado. “Não quero é que os portugueses possam pensar que é só isso o que me preocupa”, atirou.

IL: “Esta árvore está ressequida”

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, usou a metáfora de Marcelo Rebelo de Sousa para dizer que o país precisa de um novo governo. “Esta árvore [referindo-se ao Governo], está seca, está ressequida e está a secar Portugal. É preciso uma árvore nova”. 

Quanto a João Galamba, o liberal considera que “já teve o momento de apresentar uma demissão e depois, numa encenação trabalhada com o primeiro-ministro, essa demissão foi usada pelo primeiro-ministro para desafiar o Presidente da República”. E voltou ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, criticando-o: “Isto de o Presidente da República se dirigir ao primeiro-ministro por recados não resolve problemas nenhuns”.

Chega: “é evidente que há ramos que têm de ser cortados”

Num vídeo enviado às redações, o presidente do Chega considera que a mensagem do Presidente da República tem “um repto importante ao Governo: não desistir do desenvolvimento, da coesão e da igualdade, tudo objetivo que o Governo português tem falhado, ignorado”. Mas André Ventura não deixou de mencionar a mensagem ‘indireta’ enviada por Marcelo Rebelo de Sousa.

“Ao mesmo tempo, o Presidente da República chamou à atenção para ramos da árvore que têm de ser cortados e é evidente que têm de ser cortados, ministros como João Galamba, Fernando Medina, Eduardo Cordeiro, uns pelas trapalhadas em que estão metidos, outros por suspeitas de criminalidade grave não podem continuar a desprestigiar o Governo português”, disse, apelando a António Costa para “cortar os ramos infetados, degradados, destrutivos”.

PS: “mobilização, unidade, persistência e continuidade"

Num tom completamente distinto, o dirigente socialista Porfírio Silva saudou a mensagem de “mobilização, unidade, persistência e continuidade" do Presidente da República e, sobre as vaias ao ministro das Infraestruturas, considerou que as diferenças de opinião são normais em democracia.

“O senhor Presidente da República, não se referindo às questões circunstanciais, mas referindo-se ao longo prazo, referindo-se ao essencial, àquilo que faz com que todos nos sintamos orgulhosos de ser portugueses, transmitiu a mensagem importante, que é sempre uma mensagem importante para um país enfrentar aquilo que tem que fazer. E é essa mensagem de mobilização, de unidade, de persistência, de continuidade, que o PS saúda vivamente e penso que marcou este 10 de Junho”, considerou Porfírio Silva.

Quando questionado sobre o caso Galamba, tal como Montenegro, também Porfírio Silva preferiu esquivar-se ao tema. “Penso que devemos hoje seguir o exemplo do senhor Presidente: focarmo-nos na mensagem global que é uma mensagem de unidade, de mobilização de todos os portugueses. Todos sabemos que, felizmente, estamos num país democrático, e portanto, não temos todos a mesma opinião sobre todas as matérias. Ainda bem que é assim, se tivéssemos todos a mesma opinião, ou alguns não pudessem manifestar a mesma opinião, isso é que seria mau”, afirmou.

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